Eu tenho muita preguiça de ler essas coisas. Mas lendo, de cabo a rabo esta crônica me senti a prima dele falando. Transcrevo aqui algumas das partes com as quais me identifiquei:
... "muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas... ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas." Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”. Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor... Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre...A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem. A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói... Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer. Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil".
Eu não gosto muito de fazer comparações entre os gêneros, mas adoro verificar o reconhecimento sobre a riqueza do mundo feminino (noh, mais uma vez arrasei na originalidade das palavras, he he). Aprendi com a minha doença, com a minha análise, com a minha vida que a solidão pode ser edificante. Foi na minha solidão que eu entrei no mundo da costura, da maquiagem (aqui), do blog e aprimorei meus dotes culinários. Numa época deste percurso decidi que, além de gostar de "cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa ", como diz a prima, eu iria aprimorar as minhas produções culinárias exclusivas, feitas somente para mim, para o meu gosto. Uma das que desenvolvi foi o meu Magret de Pato, que é só meu pois, além de ser muito caro, ninguém da família curti pato como eu.
Eu uso um peito de pato com a pele, a qual e corto em quadrados como abaixo. Tal procedimento ajuda a temperar o interior do peito, auxilia no cozimento e fica lindo no prato!!!
Abaixo uma foto da delícia,emprestada da internet..
Gostei muito dos posts sobre carnavais e que tais, mas a sua apropriação da crônica, ou quem sabe se não foi do conto, e também de seus comentários sobre a sua não preferência para catalogar hábitos e manias em função do gênero. Concordo muito com vc sobre isso, mas vc tambem não deixa de ter razão quando elogia as mulheres. O tal "gozo feminino", o qual não tem nada a ver com gênero, é, de fato, mais abrangente, inclui mais possibilidades do que aquele forma de gozar a vida que identifica o mundo macho. Mas, as mulheres devem se preocupar também com a abertura para o desejo do outro porque senão acabam ficando na zona de conforto da vida autista e podem se esquecer de outros prazeres..Parabens ainda pela forma de como a partir de um conto vc nos brindou com uma receita de magret..
ResponderExcluirJefinho,você sempre enriquece as minhas idéias doidas. obrigada. beijinho
ResponderExcluirotima a ideia de cortar a pele do magret !
ResponderExcluirlindo este batom good to go ,vou experimentar!eu adorei e comprei o till tomorrow(cor de boca)bem legal tambem!
bjs e ate mais claudia dicker
Cláudia D.Este batom eu não conheço. Vou pesquisar. Uso o Fleshspot ( somente na Mac pro) e o Nude. Tem um rosa seco que a Cláudia R(aia) usa que eu adoro também, o Snob. Já percebeu, né? batom é um dos meus vícios...
ResponderExcluirBeijão
Cláudia
Muito legal o upgrade que vc deu ao blog. Sabe que leio seu blog sempre e adoro suas receitas. Continue firme. Beijins
ResponderExcluirSolange
Solange, deixcomigo. As minhas idéias são muitas para continuar. Obrigada pela fidelidade. Beijão
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