segunda-feira, 30 de julho de 2012

Volta ás férias: lagosta grelhada livre

Às vésperas de sair de férias, meu freezer continuava repleto de frutos do mar, congelados trazidos de Itacaré. Ai que aflição! Estava eu indo para o litoral de novo e ainda não havia consumido tudo que trouxe de lá. Vai daí que decidi fazer nos fins de semana anteriores à partida para a praia. delícias com cara de litoral, abusando daquilo que ainda restara.

Num deles, preparei toda aa lagosta congelada que eu ainda tinha. Decidi fazer ao estilo da Sandra, dona do restaurante Samburá de Cumuruxatiba, nos idos dos anos 90. Nossa! quantos anos seguidos,  passei o verão em família e entre amigos por ali??? Quis me lembrar disso.

Para 6 a 8 pessoas eu usei 6 caldas de lagosta cruas, cortadas ao meio, e temperadas com um tantico de sal grosso. Dispus as caudas sobre uma grelha giga quente, com a sua casca virada para cima e esperei dourar ( uns 5 minutos). Virei a casca a grelha até ficar rosada ( outros 5 minutos). Retirei da grelha, coloquei-as numa travessa refratária com a carne virada para cima sobre a qual, joguei uma colherzinha de manteiga misturada com um pouco de sal, pimenta do reino, raspas e suco de limão siciliano e tomilho. Deixei no forno quente por 10 minutos e servi com arroz e batatas cozidas. Vejam só a delícia.

Considero que e a lagosta grelhada do Samburá foi a melhor que eu já provei nesta vida. Ao longo dos inúmeros verões que eu passei por lá com muitos amigos queridos, era o meu prato preferido e naquela época ainda não estava regulamentado o Defeso da Lagosta.


Hoje, em pleno mes de julho, pode-se se esbaldar com as lagostas frescas. E eu de férias aqui na Bahia vou me esbaldar.

sábado, 14 de julho de 2012

Arrumando a mesa 3: à la Bizzotto

Sei que demorei a voltar, gente! Virus, virus e virus. Em mim  (to um lixo!) e nos meus computadores (tudo comprometido!). Momento de hesitação, ou de deixar prá lá. Eu estou acabada, embora em recuperação! 


Mas, voltando ao "arrumando às mesas" dos meus encontros, sem qualquer regra, só aquelas relativas aos bons encontros, ressalto as mesas a là Bizzotto!!! Desprovidas de qualquer tendência ou de modismo as minhas mesas improvisadas, tem lá o seu charme, sobretudo porque são do acolhimento. É isto que também me sustenta. Porém ressalto, acolher significa também e sobretudo, embelezar.

Preparei um almoço no último fim de semana que arrasou, em sabores e em presença. Não vou repassar as receitas, posto que o que eu quero pontuar hoje é o meu jeito de arrumar a mesa, para receber os meus convidados.

Confesso que em tal situação eu fico muito ansiosa: muita gente, pouco espaço, jogos de mesa insuficientes, falta de história (família grande, pouco dinheiro, nada de arrumação de mesas).O que fazer? 


Gente... é certo... eu me ajeito Afinal, cultuei uma certa sofisticação em outros setores da vida. Dá para "generalizar"...

Fiz um exercício de como poderia fazer com o que eu tinha em minha casa. Usei as belezas que colecionei... vejam só.

 Porcelanas inglesas, poucas, mas são inglesas!

 desenhinhos mimosos do passado. Adoro!

Estes também são lindos. Adoro estes pratos antigos, da Porcelana Mauá, com faixa colorida na borda.

Mas a minha realidade é que eu tenho sempre muita gente querida para comer em minha mesa. Porém tenho poucas opções de serviços de mesa "combinados"na altura do merecimento dos meus convidados. Deveria levar uma surra dos meus amigos, pois depois tanto tempo, oferecendo tanta comida boa,  eu tinha de estar melhor preparada para recebe-los.


Mesmo assim creio que recebo bem, não como eu idealizo, mas com uma boa produção, com muito carinho, boa comida e uma certa beleza.

Neste sentido, vou fazendo do meu melhor com os recursos que tenho.Vejam só a mesa que eu montei para os meus queridos no ultimo fim de semana. É só um início de oferta.  Sei que no final, aqui em casa tudo dá certo.

Sobre uma toalha cetim bordada em ouro, trazida por uma querida amiga do oriente, servi minhas delícias  (pão de queijo, palmito confitconserva de abobrinhas). Depois disso, foi só prosseguir.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Arrumando a mesa 2: a ver navios

Para fazer frente a minha nova antiga mesa terei de adquirir toalhas imensas, do tipo banquete, posto que ela abriga de 8 a 10 lugares. Embora eu goste de jogos americanos, eles não combinam com a tal mesa antiga.


Adoro toalhas de mesa e sempre sonhei em ter uma daquelas de linho, bordadas na Ilha da Madeira, que para mim são verdadeiras jóias. Na minha infância, essas eram trazidas por mercadores chineses, que com suas malas duras e antigas, levavam tais preciosidades à casa da minha mãe. Minha avó, que morava conosco, e Mamãe ( e eu também) se deliciavam com os produtos e adquiriam várias peças para compor os enxovais das minhas irmãs mais velhas. Tal procedimento durou pouco, até a minha segunda irmã. Depois disto, faltou recursos e importância para fazer frente a tal produção. Ou seja as outras 4 filhas, incluindo eu, ficaram "à ver navios", navios portugueses distantes, vindos de Funchal.


Olha isto!
Por aqui, em BH, as toalhas bordadas da Cyra Lobo (norahfernandes@gmail.com) também me encantam por demais. Trata-se de uma séria candidata para buscar início, em grande estilo, da minha coleção de toalhas de banquete. Vejam só, no detalhe, se eu não tenho razão!

Belíssimo barrado, bordado em linho.

Agora, vamos combinar que numa versão bem moderna e chic, nada como as toalhas pintadas à mão pela Rita Lessa (ritalessa1@yahoo.com.br). Não tenho imagens dessas belíssimas toalhas. Mas tenho foto dela em ação.

Bem, usando estas toalhas tão lindas e repletas de enfeites, algumas regras básicas eu faço questão de seguir:

  • Não uso pratos e talheres muito estampados sobre os bordados e pinturas das toalhas para não desmerecer o trabalho artesanal;
  • Prefiro guardanapos de tecido, de preferência os que acompanham tais toalhas;
  • Não uso toalhas com caimento "pega frango". No mínimo, considero uns 25 cm de altura da saia caída, no entorno da mesa;
  • Se coloco flores no centro da mesa. elas serão de uma única cor. Até aceito vários matizes de tom de uma mesma cor, mas os arranjos terão de ser pequenos e baixos. Mesmo porque, é horrível sentar à mesa e não poder conversar com um conviva à sua frente, porque o arranjo de flores impede a sua visão.
Como este assunto sobre arrumação de mesa leva tempo e contém muitas histórias, ainda falo mais dele na minha próxima postagem.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Arrumando a mesa 1: à francesa

Eu até que me esforço, mas me faltam elementos para arrumar uma mesa de acordo as regras de elegância e bom gosto. A começar pela falta talento, paciência, tempo e também de costume. 


Desde de sempre em minha vida a mesa de refeições da minha casa sempre era cercada de muitos comensais. Vários deles chegavam sem avisar, exigindo de nós improvisações de ultima hora. Então as regras eram: preparar muita comida saborosa, de preferência em "paneladas" do tipo feijoada, cabritada, dobradinha, cassoulet, picadinhos, macarronadas; deixar à mão cadeiras e bancos para anexar à mesa, se necessário; empilhar os pratos de jantar, assim como dispor os talheres em um vaso em um canto visível e acessível da mesa, servindo à americana, do tipo cada um por si. Eu adoro este estilo e sigo com esta tradição em minha casa até hoje. 


É claro que atualizei um pouco este esquema impondo algum charme. Uso toalhas de mesa lindas, coloco os pratos finos, talheres de classe e preparos frios num aparador. Não privilegio as "paneladas", mas sim os pratos mais elaborados, ainda que em muita quantidade. Portanto, nos meus almoços de fim de semana, sou capaz de receber sem maiores problemas e com alguma classe umas 20 a 30 pessoas.


É fato, uma mesa arrumada à francesa, como "ïl faut" é simplesmente maravilhosa. As regras são chatinhas, mas fáceis de cumprir. Abaixo mostro o esquema da sua arrumação clássica, o qual eu jamais segui, mas para a qual procuro mirar. 
 Para mim, não é necessario seguir este esquema à risca. Ele me serve como inspiração.


Eu tenho o privilégio de usufruir de mesas graciosamente arrumadas por queridas amigas. Elas, certamente se inspiram com muito bom gosto em tais regras. Vejam só:


Esta foi oferecida pela Geo. Muito linda, com destaque para os cristais iguais aos usados pela rainha Elizabeth (eu quebrei um deles, ai , ai). 


Esta belezura foi  montada pela Ju. Acho lindo esta mistura de pratos de vários matizes, porém todos se complementando, quer seja por suas cores ou pela justa liga imposta pelos guardanapos e pelas flores. Adoro!


Aí vem a Lísia, misturando diferentes pratos antigos, coordenados entre si, taças de várias formas e cores, dispostos sobre uma toalha belíssimamente bordada. O que parece não ter nada a ver, pode se encontrar com toda galhardia.


Finalmente, não poderia deixar de mencionar aqui as belíssimas produções da Beth, minha irmã, sobre este tema. Não tenho fotos delas, mas o fato é que ela usa sempre, em arranjos diferentes e criativos, seu serviço de jantar em tradicional porcelana inglesa (daquela azul e branca), seu cristais franceses Saint Louis e seus talheres de prata Cristofler. Putz, isto é o ó do borogodó, em termos de infra para um mesa giga chic.


Contei toda esta história porque estou às voltas com a mesa secular e maravilhosa que herdei de minha família. Terei que me virar para honrá-la. Ai, ai! então vamos lá!
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