quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desejo de quê? Conserva de beringela

Não me lembro de ter tido "desejos" nas minha gravidezes. Tinha sim, imensos e frequentes enjôos, o que me fazia comer mais amiúde, e seletivamente (alguns alimentos eu não podia nem sentir o cheiro), por acreditar que ia melhorar do mal estar. Porém, adotando tal prática, eu só fazia enjoar mais e engordar...

Fico pensando com os meus botões, será que este mito de que mulher grávida tem desejos de comer coisas diferentes venha daí? do enjôo? Pode ser, como quase tudo enjoa, a gente fica querendo alguma coisa que supomos não enjoar. Daí é que devem surgir as idéias estranhas! Eu nos meus enjoos, tinha predileção por alimentos ácidos e detestava as frituras. Mas cada uma é cada qual!

Trago uma crença comigo desde que eu me conheço: comer resolve todos os problemas de saúde física ou emocional. Vai daí que as perguntas que eu mais faço aos meus, diante à qualquer doença ou mal estar é: Você comeu? quer comer? quer que eu te preparo alguma coisa!

Bem, hoje uma amiga manifestou desejo de comer conserva de beringelas e me pediu alguma receita, que claro, eu vou atender aqui prontamente. Afinal, ela, além de ser minha amiga, está grávida e eu sei que comer com prazer sempre faz bem.

Eu amo todas as preparações com beringelas, sobretudo aquela "à milaneza" que eu saboreava na minha infância, quando ainda era magra. Também, as conservas de legumes e frutas ocupam um lugar especial na minha mesa como as conservas de tomates e de abobrinhas. Desde a infância, fui acostumada com elas, sobretudo com o sensacional picles de legumes crus que o meu pai preparava.

Dentre as várias receitas de conserva de beringela, eu prefiro as mais ácidas que eu creio, irão satisfazer a minha amiga mais plenamente. A minha forma de preparo da conserva de beringela foi inspirada numa receita de um maravilhoso espaguete ao pomodoro e fios de beringelas fritos em azeite misturada com queijo parmesão, que foi preparado em minha casa por Salvatore, um amigo napolitano. Vou dar tal dica ao longo da minha receita.

Eu fatio as beringelas descascadas no sentido do comprimento, em tirinhas superfinas (se possível, da espessura de um talharim). Deixo as mesmas de molho em água com sal por mais de uma hora. Depois, vou lavando as tais tirinhas, e espremendo-as com a mão até parar de sair aquela água escura. Após a última espremida, eu seco as tirinhas ainda mais, torcendo-as com um pano de prato bem limpo, até ficarem bem sequinhas.

PAUSA: Neste ponto, é que o Salvatore frita a beringela em azeite super quente, cujos fios misturados com queijo ralado sobre uma massa ou uma polenta de molho vermelho, fica simplesmente estonteante.

Bem, continuando com o preparo da conserva, se quero ela mais  crocante e se as tiras estiverem super fininhas e secas, eu as uso cruas mesmo. Senão, eu as cozinho em água com vinagre, à gosto, em fogo baixo por 5 minutos, escorrendo-as bastante depois. Aí é só misturar com alho cru fatiado, grãos de pimenta do reino e muito azeite extra virgem, de excelente qualidade, até cobrir todo o preparo. Eu gosto simplinho assim. Mas pode-se incorporar ainda azeitonas, alcaparras... Vejam só a delícia na imagem que emprestei na internet.


Aproveitando a oportunidade, a querida amiga que me inspirou nesta postagem me enviou um endereço super bacana de enfeites de natal feitos em papel, o qual compartilho aqui.




terça-feira, 29 de novembro de 2011

Comidinhas de natal 2: Açorda de Bacalhau

Eu por aqui continuo com os tais projetos natalinos, todos eles muito motivados também pela chegada daqueles que continuam nos mundos de lá e que se juntarão à família brasileira neste natal. Oba! Estou ficando meio repetitiva nesta história de reencontrar os meus. Me desculpem! E nesse contexto, compartilho a linda Encontros e Despedidas do Milton e Brant, abaixo.




Continuando...Então, é momento de refletir sobre cardápios deliciosos para recebe-los com amor e para comemorar as festas. Na minha primeira recepção aos queridos, é óbvio, servirei a tradicional feijoada brasileira e a farofa de farinha de mandioca baiana, a qual tornou-se o objeto do desejo do retorno de todos os meus queridos que passam seus tempos fora do Brasil.

Porém, nos festejos de natal já é sabido: não existe melhor oportunidade para saborear as delícias tradicionais que tal comemoração impõe (Perus, Pernis, rosbifes, frangos e etc) e com toda a pompa e a propriedade que elas merecem.

Em alternativa ao sabido, eu estou me ocupando das receitas deliciosas, finas e indicadas para fazer frente as tais tradições. E claro, o primeiro produto que me vem em mente é o bacalhau, o meu preferido dentre os preferidos. Já postei várias receitas desta delícia por aqui, algumas mais onerosas, que rendem pouco e outras que rendem bastante para uma família grande como a minha. Dentre as minhas preparações coletivas e preferidas está o Bacalhau com feijão preto, que resulta em um excelente rendimento e faz uma fusão dos sabores portugueses com os brasileiros. É tudo que eu procuro: bacalhau fusionado ao Brasil!

É  que o Olivier leu o meu desejo. Abri mão da minha antipatia daquele bicão de boca grossa e não estou perdendo qualquer diário dele em Portugal. Vale a pena conferir. É assim que aprendi mais sobre uma especialidade do Alenjejo que eu adoro, a Açorda de Bacalhau. Trata-se de uma sopa grossa, com pedaços de bacalhau, que deliciei, pela primeira vez, na casa de uma amiga dos meus "encontros saborosos". Nunca mais me esqueci de tal experiência.

A autêntica, do Alentejo, não leva o tomate picado como minha amiga preparou e nem cebola e azeitona preta como nos duas usamos.

Eu preparo a minha receita para 6 pessoas, dessalgando uma banda de bacalhau do Porto, com pele, como já expliquei no post linkado acima, fervento os files grossos, sem pele em água com uma folha de louro até que fiquem macios. Retiro os filés e os parto, em pedaços grandes. Reservo a água da fervura.

Em uma frigideira grande e alta eu refogo em azeite dois dentes de alho  e uma cebola pequena picadinhos. Junto ao refogado duas fatias de broa de milho salgadas dormidas esmigalhadas, hidratadas, escorridas e apertadas entre as mão para retirar toda a água (pode ser um pão francês dormido também, mas sem hidratar) até formar uma farofinha. Junto aí parte da água da fervura do bacalhau e deixo ferver um pouco. Aí vai do gosto de cada um, se quero mais ralo, como uma sopa mesmo, junto mais água. Se quero mais cremoso, menos. Adiciono as lascas de bacalhau a esta mistura e deixo ferver.

Nesta "sopa" eu abro 6 espaços redondos e insiro ovos crus ( caipiras de preferência) e inteiros e coloco um pedacinho de pimentão vermelho em cima de cada um, para marca-los e facilitar na hora de servir. Os ovos também podem ser feitos pochês e colocados nos pratos individuais por cima do preparo, o que me dá mais trabalho.

À parte, eu faço um refogado rápido, em muito azeite extra virgem, de alho picado, azeitona preta picada, salsa ( ou coentro para quem gosta) e, para quem gosta, 1/4 de pimentão verde picadinho. Quando os ovos estiverem com sua clara esbranquiçadas, mas ainda moles, eu sirvo tudo na própria frigideira, com o tal refogado de salsinha e azeitonas regado por cima. Olhem só a cara da delícia:


Espetacular!

Agora, o que eu achei mais legal nestes programas que eu assisti foi a dica dada pelo chef português sobre como identificar o ponto de cozimento de uma posta de bacalhau: "Ela tem de estar sorrindo prá você". Como mostro abaixo. 


Que ótimo!

domingo, 27 de novembro de 2011

Reedição de Brasileiros e Brasileiras: Hoje é dia de feijoada completa

Como não consegui acessar este post abaixo no próprio Blog, resolvi reedita-lo. Coisa doida isto! procuro o talzinho para me inspirar e não encontro. Mas taí ele de novo............

É claro que numa família,como a minha, de comilões, beberrões e , por consequencia, boêmios, tinha de ter um especialista em feijoada. Tio Célio, que vinha de Goiania, vez por outra, fazia a tal feijoada ( muito aclamada e das melhores) que ele chamava de Creme de Feijão Gratinado, com Arroz Areias do Deserto...

Era uma produção de mais de 24h, até ser servida. Ele começava pelo mercado central, pela manhã, onde escolhia as carnes, o feijão e a farinha. Ao final do dia, ele iniciava a preparaçaõ das carnes (assava umas, ferventava, cozinhava, ou fritava outras) e punha o feijão para "ferventar". Ele armava uma cama de campanha na cozinha ( é verdade!!!), com a desculpa de acompanhar o cozimento daquilo tudo, por toda noite. Sei que era uma cena, e da boa, regada com muita cerveja, família, amigos e curiosos, que também passavam parte da noite ali com ele.  A tal feijoada era o maior sucesso, junto aos comensais convidados, que claro, sabiam de toda essa produção. Era de fato, um acontecimento...

Feijoada é para mim um prato cheio de conflitos É muito típico e explode em sabor e por isto, é apaixonante. Mas é hard!!! Sempre fico com um pé atrás com ele, por suas consequências cotidianas na minha saúde e no meu peso. Nem preciso detalhar isto aqui.

Porém, quando vejo meu sobrinho, vindo da Califórnia querer se fartar com uma feijoada no Brasil; ou o pai do meu neto, buscar em Paris pertences de feijoada para comemorar a chegada dele, vindo de Londres;  penso que este prato é realmente muito emblemático para os brasileiros.

Não vou passar qualquer receita de feijoada aqui. Penso que todos nós sabemos fazer ou usar uma ou outra receita desta delícia. Mas repasso as dicas e os segredos do preparo e da montagem do prato, de acordo com o Pedro Nava, em seu livro Chão de Ferro ( pág 22). Já provei do jeitinho que ele faz. Podem acreditar, ele coloca a nossa feijoada no grande pedestal que ela merece estar. E podem crer, é o melhor jeito de saborear tal delícia...

 "seu grande truque era cozinhar o feijão, sem esmagar um só grão e depois de pronto, dividir em dois lotes. Tomava dois terços e tirava seu caldo, peneirando.Um terço, esse sim, era amassado, passado, livrado das cascas, apurado e esse caldo grosso é que ia novamente ser misturado com os grãos inteiros. Era assim que em sua casa não se via a desonra da feijoada aguada. Toda a carne seca, a fresca,a de fumeiro, eram cozidas no caldo ralo tirado da primeira porção. Só o lombo era sem contato, desobrigado de outro gosto senão o da sua natureza, o da vinha d´alho em que dormira e das rodelas de limão que o guarneciam...Foi ao estro de sua mesa que pus em dia a melhor maneira de degustar a imensa iguaria. Prato fundo, já se vê de sopa. Nele se esmagam quatro a cinco ( mais ou menos) pimentas-malaguetas, verde e maduras, frescas ou danadas no vinagre. Tiram-se-lhes carocinhos e cascas. Deixa-se só a linfa viva que é dissolvida no caldo dum limão. Esse corrosivo é espalhado em toda a extensão do prato. Então, farinha em quantidade para deixar embeber. Retira-se o seu excesso que volta para a farinheira. Sobre a crosta que ficou, vai a primeira camada de feijão e outra de pouca farinha. Edifica-se com superposições de couve, de farinha, de feijão,de farinha, das carnes e gorduras e do respaldo mais espesso,cobertura final de farinha, espera-se um pouc,o para que os líquidos sejam chupados, aspirados, mataborrados e come-se sem misturar...um prato só..."

Não é bárbaro, este respeito do autor por algo tão brasileiro e a sua vontade de valorizar e aproveitar ao máximo disto ??? Confesso que sempre que faço feijoada em casa (ou o cassoulet, que deu origem a mesma) me lembro deste trecho...

Lembro-me também do Chico, com a sua "Feijoada Completa" , apresentada no video a seguir.



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Outra vez natal 2: guirlandas

Continuo buscando inspirações para elaborar os meus enfeites de natal.

Por entusiasmo e histeria, sempre fui voraz em enfeitar a minha casa própria ao máximo, no natal. Usava como desculpa as minhas crianças a quem delegava as funções de escolher a decoração, assim como fazia minha mãe comigo e com minhas irmãs. Mas reconheço que aprendi com ela somente a feitura de fantásticas árvores de natal e nada mais.

Ao longo desses anos fui acumulando enfeites natalinos e a cada natal que chega tenho como desafio: aproveitar, com bom gosto e charme, todos os enfeites que guardei por tantos anos junto aos tantos objetos inúteis, dos quais não consigo desapegar, como já manifestei neste blog por diversas vezes (aqui). Porém, no caso dos enfeites de natal, eu creio que em todas as famílias o padrão é o mesmo: anos e anos revitalizando as decorações de natal com novas aquisições e acrescentando mais quinquilarias para guardar.

Hoje eu não adquiro mais nada, a não ser a base dos meus enfeites e algum glamour a mais.

Ano passado postei aqui, algumas idéias sobre guirlandas. Neste ano de 2011, ao iniciar minha pesquisa sobre guirlandas eu não gostei do que vi! Achei todas muito cafonas. Afora que elas me lembraram aquelas medonhas coroas de flores enviadas nos enterros. Curuz!!!!
Estou quase desistindo de fazer alguma guirlanda.

Como sei que muitos gostam deste tipo de enfeite, me aprofundei mais nas minhas pesquisas e identifiquei algumas interessantes que podem servir de inspiração. Digo inspiração porque eu acredito que o gostoso de enfeitar a casa no natal, é criar algo do nosso número, bem bonito e com as nossas próprias mãos. Eu, pelo meu lado faço isso, vou rearranjando daqui e dali os meus arranjos, durante todo o período natalino. Para mim um enfeite de natal não é uma obra pronta (arrasei agora na originalidade artística! he he)

Achei algumas guirlandas/coroas bacanas na Marie Claire Idèes. Vejam só:

Esta acima é feita em um circulo de isopor coberto com um tecido, parece uma malha ou uma lanzinha. Ele leva diversos apliques em feltro bordado e poucas bolas

Essa é montada em uma coroa de folhas de eucalipto e dobraduras de estrelinhas de papel cartão, em vários tamanhos.

Essa bem colorida, numa linda combinação de laranja e roxo é feita com flores de Phisales numa coroa de ramos de urze, que não existe por aqui, mas pode ser substituída por alfazemas ou lavandas secas, impondo um arominha no ambiente.


Essa é montada em arame com inúmeras flores e folhas de feltro com algum bordado.


Essa é montada com flores de mimosa.Liiiiinda!

Essas também foram confeccionadas com flores frescas de orquídeas, no segundo plano e no primeiro plano ela foi montada com Crista de Galo.


Essa é confeccionada com flores artificiais multicoloridas e em várias formas, impondo um estilo meio indiano.

Essa foi feita com fitas e tecidos de algodão, organza e seda em várias estampas de vermelho. Ela foi amarrada a uma moldura de madeira. Achei interessante!

Hum, acho que rever os meus conceitos e me inspirar em alguma delas para fazer o meu arranjo de porta.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nem sempre dá certo: Costela de cordeiro em crosta de ervas

Existem certos alimentos que não fazem qualquer sucesso em minha casa. Sobre eles falta tradição, falta história e às vezes, qualidade. Este é o caso da carne de cordeiro, que para mim guarda essas três características. Não reconheço qualquer tradição sobre o seu preparo, tanto na culinária mineira ou na italiana, as minhas amiguinhas. O produto disponível no mercado brasileiro é, quase sempre, ruim. Na minha história com a culinária, afora o maravilhoso cabrito ao vinho feito por meu pai(aqui), não tenho qualquer caso para contar sobre o preparo dos caprinos.

Trata-se uma carne com o seu sabor cheio de personalidade, difícil de ser encontrada fresca ( só congelada, o que intensifica ainda mais o seu rústico sabor) e confesso, a maioria dos meus comensais habituais não gostam dela, por mais que eu me esforce. Mesmo assim eu me arrisco na sua feitura. Mas é batata, ela jamais fica aquela delícia bem sucedida e que me enche de elogios. No máximo, eu consigo um sucesso médio.

Preparei uma costela de cordeiro em crosta de ervas num recente fim de semana para meus amigos. Não fosse pelas deliciosas batatas assadas e pela salada de quinoa feita por minha amiga paulista, o meu almoço, em termos culinários, teria sido um verdadeiro fracasso. Eu fiz tudo direitinho, o prato ficou lindo, como podem ver abaixo.


Mas na hora de servir: não consegui cortar as costelas "comme il faut", a crosta se esmigalhou e a carne estava mal passada, para a grande maioria dos gostos, exceto o meu que adoro comer "o boi mugindo", no caso "o cordeiro balindo". Vejam o meu prato...



Meu genro deu uma solução prática para o mal feito: passou as costelas pela grelha quente até ficarem douradas de novo. Mas eu preferi assim, mal passado mesmo.

Nem sempre minhas produções dão certo. Mas elas servem para um aprendizado para preparações futuras. ë assim que repasso a  receita que preparei aqui, com os ajustes que julguei necessários.

Eu limpo "as peles" indesejáveis e tempero as costelas com sal e pimenta do reino. Salteio em azeite mega quente dos dois lados, até elas ficarem bem douradas (uns 5 minutos de cada lado) e deixo descansar por uns 10 minutos. À parte, faço uma mistura de dois pãezinhos dormidos e esmigalhados com tomilho, salsinha picadinha, sal, pimenta do reino moída, queijo parmesão, alecrim picadinho e manteiga até formar uma farofinha. Depois da costela descansada eu cubro as costelas com a mistura, pressionando bem. Levo ao forno quente ( 220 a 250 graus), previamente aquecido por mais ou menos meia hora. Sirvo as costelas cortadas na mesa.

Cortar bonitinho é o problema, sobretudo para mim que  sou desprovida de qualquer bom controle motor. Tem de ter muita calma e paciência nessa hora.

Tentem fazer isto também com costelas de porco ou qualquer assado. A crostinha fica super saborosa e enriquece o prato e BOA SORTE!

sábado, 19 de novembro de 2011

Outra vez natal: árvores e enfeites 1

E o natal lá vem chegando... outra vez.

No ano passado, eu escrevi vários posts sobre o natal, o que pretendo repetir neste ano. É necessário revitalizar as idéias e, sobretudo, impor o devido valor às comemorações deste ano. Elas serão grandiosas, pois toda a minha família estará reunida e cheia de amor prá dar. Não vejo a hora!

Marcadas as datas e locais dos encontros natalinos, é momento de pensar, articular e realizar a decoração da casa, que no meu caso vai num crescendo contínuo. disparado ainda em outubro. A pergunta que não quer calar: espero o meu neto chegar para fazermos juntos a nossa árvore de natal? Vou aguentar esperar? Ainda não sei, muito embora as inspirações estão se mostrando com força.

Ao passear pelo meu jardim há alguns dias, me deparei com um lindo cachão caído do meu coqueiro, que de cara me inspirou. Pensei: vou fazer com ele um arranjo de natal. Considerando o seu tamanho decidi usa-lo como a base da minha árvore de natal. Olhem na imagem abaixo a beleza do talzão.



Já contei aqui e aqui as minhas histórias sobre a confecção das árvores de natal em meus lares. Trata-se de um verdadeiro ritual que se repete diferente a cada ano. Sou refratária às produções cheias de modernidades, como esta árvore invertida abaixo.


Para mim, árvore de natal ou é aquela tradicionalíssima, montada em pinheiro natural e cheia de bolas e enfeites de todos os tipos e cores, ou é aquela que nasce da minha inspiração. Como vou usar uma base de cacho de coqueiro seco, pretendo enfeitar com algo simples, tropical e que me lembrem dos coquinhos que ali estavam em vida. Abaixo mostro algumas  fontes de inspiração.


Esta, de bico de papagaio eu já me inspirou há alguns anos atrás e ficou lindíssima

 Esta eu adorei, por sua simplicidade e limpeza. A idéia pode funcionar com o meu cachão.


Este escandaloso Abricó de Macaco que eu amei por seus grandes frutos e lindas flores gritantemente rosas, também me inspira.

 Quem sabe....

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Quando tudo dá certo: Locro argentino

E lá no Solar dos Montes tudo sempre dá certo e supera as minhas expectativas. Desta vez, fui com amigos queridos de Sampa, de BH e entre eles, duas amigas especiais de "encontros saborosos" que fazemos em rodízio de casas e de "chefs", cada qual arrasando na cozinha.

O Solar continua lindo e os Medinas continuam me enchendo de conhecimentos valorosos e de deliciosas histórias. Me frustrei um pouco por não me reencontrar com as lindas Dálias floridas, típicas de lá (exceto a deslumbrante e solitária amarelona, que se achava e era!). Seus arbustos estão dispostos e distribuidos, em por todas as suas cores, ao longo do bucólico caminho que nos leva dos quartos para o salão (veja aqui). Os pés de Dálias do Solar tinham sido replantados, há pouco, e estavam crescendo, para certamente explodirem em flores na próxima estação. Por outro lado (que não deixa de ser o mesmo), nos deliciamos com as jabuticabeiras, já dando doces frutos, que se mostravam intercaladas às Dálias, neste mesmo caminho poético. E mais, tive a agradável experiência de usufruir de uma piscina de bom tamanho, agora  com sua água aquecida, na área de lazer.

Emocionante meeeesmo, foi a visita ao embrião do "Museu de Artes e Ofícios Latinos" (título de minha interpretação), que será implantado nesta lindinha cidade de Santana dos Montes . Confesso que cheguei às lágrimas ao me deparar com a beleza e a grandiosidade do acervo de objetos de uso cotidiano de vários povos latinos do meio rural. Esse acervo, foi enviado por um confiante colecionador italiano, aos cuidados destes meus amigos queridos Medinas, que, por sua vez, já estão na batalha de dar o destino certo e valoroso para tais preciosidades.

E para coroar tudo isto, eu (e todos que estavam por lá) me esbaldei com o autêntico Locro Argentino, em um dos deliciosos almoços que nos foram servidos no Solar. Vejam só a foto do meu prato abaixo.



Ainda não o preparei, mas estou certa de que a receita que me foi enviada carinhosamente pela Ana Medina, só pode dar certo e, claro, nos fará ficar inebriados, com a simplicidade do seu preparo e com o esplendor de seu sabor, que eu percebi ao experimenta-lo.

Com a autorização da Ana, repasso aqui a receita, tal e qual ela me enviou. Achei por bem, adicionar um pedacinho do seu carinho.

"Como sempre, minhas receitas não têm quantidades, vou fazendo e temperando até chegar ao ponto, quando sei que está delicioso como precisa ser.

Ingredientes:
- Canjica branca
- Linguiça espanhola
- Pernil em cubos (não pequenos, de uns 3 dedos de cada lado) 
- Ají molido - picante e doce. O que estamos usando comprei em Pedraza, próximo a Segovia, na Espanha (pode-se usar a páprika, mas não acho que fica igual)
- Cebola ralada, alho e sal.

Modo de fazer:
A canjica é cozida com estes últimos temperos. 
O pernil é feito de panela, à parte, com todos os temperos que usamos para carne de porco (sal, pimenta, alho, cebola, louro, bem temperadinho). 
Quando a canjica está na metade do cozimento, ag rega-se os ajís molidos, a linguiça e o pernil firme, para tudo isso dar gosto ao cozido.
É só esperar terminar de encorpar e servir bem quente.

O Medina adora comer em tigelinha de louça branca, acompanhado só de pão de sal. 
Os hóspedes do Solar dos Montes já adaptaram o prato, comendo com arroz, caldinho de feijão e cheiro verde. Bão tamém!"


Muito fofa, essa Ana!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A dificuldade dos cortes: Sour Cream

Eu sempre tenho muitas histórias para contar. Porém não me sobra disponibilidade de tempo e de emoção para me dedicar, como eu gostaria, às minhas histórias que me aparecem desprovidas de qualquer corte e portanto carregadas de algum sofrimento. Pena! Eu adoro escreve-las, ainda que sob a pressão de ter de fazer isso bem, tranquila,  de modo interessante e cheia de prazer. E sem erros de linguagem, claro. Ai o meu português!

Foram tantas as boas emoções e tão carregadas de inspiração, que eu senti nestes últimos dias, que precisaria de muito tempo e espaço para elaborar tudo isto. E, convenhamos, elaborar emoções é difícil e demanda disposição. Perdi minhas lentes de contato por duas vezes na semana, minha boca encheu de herpes, me exauri! Então pedi "altas". Bora elaborar...

Uma coisa é certa, a festa de aniversário do meu filho na minha casa, neste último fim de semana, superou todas as minhas expectativas de elaborar emoções. Foi uma verdadeira farra de diferentes sabores subjetivos e gastronômicos. Tal comemoração me levou, mais uma vez, ao meu lar de infância e juventude, no qual a situação de gostosa convivência e de curtição de delícias era a regra, como já exemplifiquei em muitos posts ( aquiaqui e aqui).

Meu genro nos preparou uma mesa de comidas mexicanas sensacional. Um verdadeiro paraíso de sabores! Vejam só, nas várias imagens da mesa de serviço abaixo (não cabia numa só).

Do lado esquerdo da minha pequena mesa, fatias de limão, cebola roxa, coentro e cebolinha, queijo prato ralado grosso, pico de galo, sour cream ( ao centro), guacamole, molhos de pimenta com picâncias variadas.

Do lado direito, tortilhas, frango, feijão, alface picada...

Visão geral (e distante, para caber na foto) da mesa de delícias..

Nesta situação eu, a "chef Cláudia", me transformei numa mistura harmoniosa de produtora de eventos e ajudante de cozinha. Devo ressaltar que essa última função, sempre me faz sentir muito fajuta, pois eu não, consigo sequer (embora saiba a técnica) cortar bem, em "julienne", por exemplo, qualquer vegetal que se preze. Ou seja (e com muita tristeza) eu tenho uma total dificuldade com as faquinhas. Mas (e por isto mesmo) tenho a minha ajudante em casa, a qual tem um ótimo controle motor, que eu não tenho e, sobretudo, ela é minuciosa, sabe e gosta de fazer as minhas comidinhas. Aí vocês vão me perguntar: como eu posso cozinhar bem, carregando em mim tal dificuldade motora? E eu respondo: trata-se de um mistério!

Na minha posição de auxiliar de cozinha do meu genro, aprendi a fazer a preparação que eu buscava há muito tempo, o Sour Cream. Tal produto é difícil de encontrar nos supermercados e se encontrado, é muito caro para pagar. Mas é facinho de produzir.

Este creme é maaaaaravilhoso para usar em várias preparações doces ou salgadas, tais como: sobre uma sopa/creme quente ou fria de qualquer legume, sobre qualquer doce de frutas ou torta ( hummm, num strudel, uau!), num estrognof mais sofisticado, num crumble doce ou salgado, num peixe e etc. É mesmo um creme muito versátil. Trocando em miúdos, ele é tal e qual um creme chantily azedo, muito saboroso, que combina com tudo ( ou quase) doce ou salgado. E como tal pode e deve ser usado.

É muito fácil: eu bati na batedeira 500 ml de creme de leite fresco bem gelado, com 300ml de coalhada integral gelada sem soro ( ou Yogurt natural gelado) e gotas de suco de limão ( na quantidade do meu desejo de acidez), até ficar em ponto de chantily. E está pronto para usar! E, depois deste tipo de preparo, eu sempre fico toda lambrecada, obviamente! Cadê aquela calma, paciência e disciplina que tal função exige? Sumiu...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Momento mulherzinha n : sobras de arroz

Junto com a alegria do reencontro, chegam as alegrias dos desejos de consumo realizados (como disse aqui). Já experimentei toda a maquiagem encomendada e afirmo que os produtos são sensacionais e combinaram muito comigo. Não vou mostrar fotos dos testes, não, pois estou meio que desistindo da imagem, que vejo nas fotos de euzinha. Elas são  para mim distorcidas de realidade. Não é possível que o tempo acabou tanto comigo!

Junto às encomendas recebi fantásticos presentes mulherzinha das minhas filhinhas. Vejam só:

O sensacional sabonete turco, feito de óleo de oliva trazido diretamente de uma loja de banhos de Instambul

O fabuloso esmalte Peridot da Chanel

Esmaltes, tem sido a minha mania atual e já coleciono alguns importados como mostro abaixo.



Os 2 primeiros da esquerda são da Claire, seguidos de 2 Chanel, 3 OPIs e Illamasqua.


PAUSA: Lembrei-me da minha irmã mais velha que coleciona de tudo um tanto e usa do tanto um quase nada. Já herdei dela muitos batons, clipes, escovas de dente, Havainas e etc. Tenho me identificado muito com ela ultimamente

Voltando: paradoxalmente, convivo mais uma vez com aquela chatíssima fase "acebolada", das minhas unhas, como já descrevi aqui em unhas. Que ódio! Tudo que faço não funciona e elas continuam desfolhando. Já consultei minha amiga e dermato Nana sobre este assunto e postarei as recomendações em breve.

Por hora, vou me virando com outras diversões. 

Hoje recebo amigos para o almoço. O cardápio é simples: rosbife de filet com mostarda e batata ao murro (aqui). De novidade só mesmo a produção que farei para aproveitar uma boa quantidade de arroz cozido que tenho na geladeira. São inúmeras as opções, dentre elas: 

  1. Risoto  Brasileiro: Dica aqui
  2. Risoto italiano improvisado: faço um molho com cebola e alho refogados em azeite, junto algum ingrediente mais nobre (cogumelos, aspargos, brocólis, ervilhas, camarão,bacalhau etc), deglaço com vinho branco seco, misturo um tanto de caldo de carne, espero ferver e acrescento o arroz cozido. Mexo bem, até ficar a mistura aquecer. Junto um pouco de creme de leite fresco para dar cremosidade. Depois de bem quente misturo queijo parmesão ralado, acerto o sal e pimenta do reino e pronto;
  3. Bolinho de arroz: 2 xícaras de arroz cozido misturado com um ovo, salsinha (e/ou outras verdinhas que tiver em casa), alho e cebola picadas, uma colher de farinha de trigo. Faço os bolinhos, por vezes recheando com queijo. Levo a geladeira, passo por fainha grossa de pão e frito em óleo quente. 
  4. Arroz coberto com alho fatiado frito, cebolas secas fritas e verdinhas ( salsa, mangericão) e bastante azeite extra virgem
  5. Saladas de arroz: simples misturinha de arroz com maionese feita em casa, limão, sal e pimenta com o que for, junto ou separado: legumes crocantes, ervilhas, bacon frito, laranja picada, passas, azeitonas e etc

Trata-se de uma sobra muito versátil para o reaproveitamento. É só criar a receita.


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