sábado, 28 de maio de 2011

Mulherzinha: o retorno

Nas últimas semanas em que estive fora do Brasil, os meu posts ficaram menos frequentes e mais pobrinhos, eu sei... Mas, gente, por lá as dificuldades para escreve-los foram muitas: muita correria, muitas emoções, muito cansaço, alergias e gripes, pane no blogspot, conexões péssimas e para complicar, a débil, aqui, esqueceu em casa o fio da conexão para descarregar as fotos no NB.

Confesso, que apesar das infinitas inspirações que eu tive, os espaços de tempo (com euzinha, somente), para me concentrar nelas foram mínimos. Então, vou contando tudo aos poucos, na medida em que as lembranças forem surgindo e a saudade também. Putz, as saudades, já começaram a me engasgar. Agora, são duas filhas e um neto, do outro lado do meu mundo!

A realidade é que da minha imensa lista de exercícios mulherzinha, conforme planejei aqui, poucos itens foram cumpridos. Foi difícil compatibilizar os interesses do marido, filhos e do neto com tais exercícios. Então, só pude vivenciar tal plenitude, no dia que passei sozinha, com as minhas amigas paulistas, que já estavam em Paris há 15 dias e tinham, nas mãos e nos pés, todos os canais. Escrevi sobre tal experiência e ao publica-la no blog, ela escapuliu, não sei para onde, talvez no limbo perdido, gerado pela pane do blogspot. Falei disto aqui.

Apesar de ter adquirido alguns sapatos ( um Camper, inclusive), soutiens maravilhosos  (finalmeeeeente), roupinhas da Primark ( esta merece um post exclusivo) algumas maquiagens daqui e dali, perdi as lojas de produtos de cozinha, de especiarias, queijos e vinhos; não fui passar minhas mãozinhas nas bolsas da Jamin Puech (aqui) e nem nos tecidos das lojas de Montmartre e Londres.

Não revirar os tecidos, foi o que doeu mais em mim, pois não conheci a Liberty em Londres. Nela, são fabricados os tecidos mais mimosos de todos os tempos. Trata-se de uma tradicional e linda loja inglesa, instalada em um belíssimo prédio londrino. Vejam só uma imagem do tal prédio abaixo.


Abaixo pequenas amostras dos maravilhosos tecidos que eu não pude admirar ( nem tocar).





E, só para mostrar detalhes dos fofos...


 

Para me fazer babar mais ainda, me encarreguei de trazer um livro francês esquecido por uma amiga, em Paris. Tal livro trazia modelos e moldes de roupinhas para crianças produzidas com tecidos da Liberty. Ai, ai ai... Aí que eu babei mesmo!

Paciência, se um dia eu voltar a Londres, não vou deixar tal encontro me escapar outra vez.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Brasil em Brighton:pavlova com morangos

Desde de que eu cheguei por aqui, o máximo de todas delícias tem sido os morangos.

Não tem erro, seja na França, na Bélgica, na Holanda ou na Inglaterra eles estão maravilhosos, explodindo em sabores, os quais jamais experimentei no Brasil. É claro, que procuro combinar os taizinhos com as gostosuras típicas do local onde estou, como por exemplo, com calda de chocolates belgas, em Bruxelas, huuuum.

Mas uma das melhores preparações feitas com morangos europeus, experimentei em Brighton, num dia emocionante e ao mesmo tempo espetacular.

Brighton é uma cidade litorânea da Inglaterra, muito lindinha, situada a uma hora de trem de Londres. Fomos até lá, a fim de assistir a apresentação cênica da minha filha, a convite de uma artista do local. Todo o texto, cenografia e o figurino preparados pela filhota remetiam à nossa grande "mistura" cultural brasileira. Essa miscelânea estava alí muito bem representada por uma perfomance interessante e ao mesmo tempo curiosa, sobretudo para os espectadores ingleses. Ao final da cena e em seu ápice, ela nos serviu uma porção de feijoada, que foi preparada de véspera, com a minha colaboração.

Respondo antecipadamente a pergunta que não quer calar: E feijoada feita em Londres, presta? Esta prestou...Diria que até que fez sucesso.

A despeito das limitações que tivemos em encontrar em Londres, os ingredientes adequados para uma preparação autêntica, pudemos improvisar usando dois tipos de linguiças defumadas, bacons ingleses, feijão preto em lata, louro, muita cebola e alho, alguma sobra de carne de porco do churrasco feito no dia anterior e algum tablete de caldo de feijoada knor, que encontramos na gaveta de temperos da casa onde mora a minha filha

Mas voltando aos morangos. Apesar do sol, Brighton me pareceu ser feita de vento. Vento frio que vinha forte de todos os lados. Tais ventos nos levaram para almoçar num restaurante em que era servida Pavlova com morangos, como sobremesa. Nada mais inglês e apropriado para o lugar, posto que a massa da Pavlova é nada mais nada menos do que um suspiro: claras batidas em neve e cheias de vento... Ventos de Brighton...

O sabor e o aspecto lembram um pouco aquele pavê de morangos, misturados com chantilly e merengues, que é bem conhecido por todos nós no Brasil . Mas não é igual e é bem melhor.

Vejam só o meu pedaço de doce de vento com morangos.



A receita que eu faço é inspirada numa preparação da Nigella.


Eu bato 4 claras de ovos, até  formarem picos suaves. Adiciono 16 colheres de açucar e bato mais um pouco. Junto uma colher de chá de vinagre de vinho branco, 2 colheres de chá de amido de milho, e uma de extrato de baunilha. Misturo tudo, delicadamente, com uma colher de pau. 


Forro um tabuleiro com papel vegetal e disponho sobre ele a mistura de claras de modo a formar um disco. Levo a forno forte pré aquecido (180ºC), abaixando para médio, a 150ºC para o cozimento. Deixo assar o merengue por cerca de 30 minutos. Desligo o forno e deixo o suspirão descansando por lá, dentro do forno, até esfriar.


Enquanto assa, preparo um chantilly, batendo 250ml de creme de leite fresco com 2 colheres de sopa de açucar.


Monto a pavlova, colocando o suspiro sobre um prato bem lindinho, sobre ele o creme, e , por fim, uma calda de frutas. 


No caso de Brighton provei com os seus maravilhosos morangos, picados em metades, suados em açucar e aferventados, como já mostrei em imagem acima.








Na imagem abaixo, mostro a preparação feita com maracujás.



Trata-se de uma sobremesa leve, soft, deliciosa.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Na Bélgica: Moules et Frites

Sei muito bem o que comentar sobre a Bélgica. É uma terra de gente acolhedora e que sabe comer o do bom e o do melhor. Vejam bem esta lista dos melhores sabores que atribuo à Bélgica:
  • inumeras cervejas, as melhores, sem qualquer discussao;
  • chocolates, sem qualquer discussao. Nem preciso argumentar...
  • sorvetes, os italianos, podem ate chegar perto, mas para mim, nao superam
  • batatas fritas, sem discussao. O mundo inteiro pode bater pezinho, incansavelmente, buscando trazer para si a maravilha de uma boa batata frita. Porém, acredito que as Belgas, sem qualquer sombra de dúvida, sao as melhores;
  • moules (mexilhões). As preparações francesas até que chegam perto, mas as belgas são bem melhores
Sobre as moules et frites, um clássico da culinária belga, devo confessar que jamais me deliciei tanto quanto as que eu comi em Liège. 

As moules são servidas em caçarolas de tamanho médio, uns 20 cm de diametro, onde são cozidas em diferentes temperos. No cardápio do restaurante sensacional em que jantamos em Liège, eram oferecidas pelo menos umas 20 opções de temperos no cardápio. E claro, todas elas acompanhadas com as fantásticas batatas fritas e uma porção de deliciosa maionese.

Eu escolhi a com tomate, basilico e creme. Ou seja, os moluscos foram cozidos, em caçarola tampada, em um tanto de tomate picado, cebola, vinho branco seco, folhas inteiras de mangericão e um tantico de creme de leite fresco, só para dar uma quebrada.

Ai vira aquele ritual: vou pescando um mexilhão por vez, retirando sua carne com um garfo, usando a sua dupla concha vazia, no próximo mexilhão, como uma pinça. Jogo fora suas lindas conchas vazias, num baldão de plástico, estrategicamente colocado sobre a mesa. Vou brincando com esse ritual, até ao quase final das moules cozidas na caçarola.

O que sobra disto, é simplesmente, o caldo em que se concentram todos os sabores das moules e de seus temperos. Ou seja, o néctar dos deuses... é nele que eu deveria usar as frites, mas essas sempre são degustadas por mim, prematuramente, envolvidas pela a deliciosa maionese.

Já aprendi, ao pedir moules, cedo a terceiros metade da minha caçarola e me aproveito do seu caldo liberado no cozimento. 

Consegui emprestar da internet imagem destas delícias.


Esta acima é feita com cebola, salsão, cenoura e vinho branco. Delícia...

sábado, 14 de maio de 2011

Saudades das histórias: Ovos nevados

Sempre adorei comer. Coisa de nascença, sabem!

Quando ainda bebê, minha mãe vivia preocupada comigo, posto que logo após eu "traçar" toda a minha papinha, eu queria o peito dela ( a sobremesa, como dizia meu pediatra, para acalmá-la). Não sei até quando ela me amamentou. Mas deve ter sido por um bom tempo. Até hoje, quando bate alguma angústia, sempre me dá vontade de tomar um leitinho morno.

De todas as seis filhas dela, fui a única que, na infância, ela e meu pai nunca precisaram de obrigar a comer. Ao contrário, depois de uma certa idade, já na minha juventude, eles se  preocupavam com os meus excessos à mesa. A
 minha avó se impressionava com tamanho do meu prato que, segundo ela, era como o de um "trabalhador braçal" e com o prazer que eu sentia e demonstrava ao me deliciar com os pratos do dia, por mais simples que fossem.


Eu sentava sempre ao lado da vovó, pois gostava de comer amassando o braço dela. Sempre fui meio regredida, não abrindo mão de acarinhar aquele braço maravilhoso, que representou por muito tempo um elemento transicional entre a minha infância e a minha adolescência, tal qual um cobertorzinho que muitas crianças não conseguem se desgrudar. 

Agora, estou meio longe dessas histórias, longe do Brasil, da Itália e da Espanha. Hum que saudades!!! Sinto falta das gostosuras da infância, que misturam sabores de lugares.


Pensando bem, dá até para misturar numa sobremesa saborosa e leve, que  aprendi com a minha avó, que é servida como Huevos Nevados, na Espanha; ou Ille Flottante na França ou Ovos Nevados na minha casa. 


Separo as claras de 6 ovos e bato em neve ( em temperatura ambiente), até que fiquem bem firmes. Vou ajuntando, pouco a pouco, 6 colheres de açucar, sempre batendo, até que se transformem em um suspiro. À parte, eu coloco um litro de leite integral para ferver, abaixo o fogo e nele coloco delicadamente colhereradas de suspiro, para cozinhar no leite, deixando uns 15 segundos de cada lado. Após o cozimento, retiro as "nuvens" e coloco-as numa vasilha de vidro ou louça redondos, com muito cuidado para não quebrá-las. Reservo. 


À parte bato as 6 gemas com 6 colheres de açucar e 3 gotas de essência de baunilha natural. Uma opção, à essência, é usar uma fava de baunilha aberta, na fervura do leite, antes de cozinhar as colheiradas de suspiro. Fica bem melhor, mas muito mais caro. Uma fava de baunilha, da última vez que comprei custava 20 reais. Putz... 


Continuando, misturo, fora do fogo, o leite de cozimento das nuvens com as gemas batidas e levo ao fogo mega baixo para engrossar, mexendo sempre para não deixar ferver ( senão talha tudo). Retiro do fogo, mexendo até esfriar e junto este creme ( meio que to tipo inglês) às nuvens de suspiros. Levo a geladeira para esfriar.


Aí, fica assim:



Pós pane: Pina Bausch

Há dois dias atrás escrevi um Post sobre minhas peripécias consumistas em Saint Germain. Tal Post ficou perdido por aí, no limbo da internet, graças a pane mundial que ocorreu no Blogspot, tirando-o do ar. Desisti de reescrevê-lo, pois passei a julgá-lo pobrinho, mediante ao dia seguinte que eu vivi. Tudo muito diferente e cheio de grandes emoções.

Só para dar um gostinho às mulherzinhas de plantão, nas tais peripécias saintgermânicas, admirei vitrines e mais vitrines de roupas, sapatos, maquiagens, acessórios e entrei na Hermès nova. Bela loja, com uma decoração supreendente, como a foto abaixo.



Nela aparecem esses incríveis nichos de venda, montados em madeira trançada, no piso inferior, logo a frente da escada.

Passei por outras tantas lojas e comprei algumas coisinhas na Mac, um sapatinho Twin, mais que mimoso na Camper, ótimos soutiens, no Bon Marché, lugar este cheio de apelos e frustrações consumistas.

As tais começam pelas especiarias encontradas logo na entrada. Busquei um punhado de Flor de Sal, a mim encomendado por um amigo e ao procurá-lo, pude viajar por vários cantos do mundo e descobrir as inúmeras opções fantásticas de tal produto. Eram várias gondolas com sais em pedras ou moídos ou por moer, rosas, azuis, amarelos, lilases, brancos, negros, roxos e embalagens para todas as necessidades e gostos. À terminar pelas visões dos estilistas que alí tem seus nichos ( YSL, Prada, Jimmy Choo, Balenciagga, Dior, Channel, e outros tantos).

Creio que essas marcas estão me perseguindo por aqui. Ontem ao sair do Bateau Mouche, no qual fiz aquele roteiro comum e farofa pelo Sena, mas imperdível, “desaguo" em plena George V, o centro destas marcas incríveis. Não dei muita bola para as lojas, do que me arrependo muito, pois as vitrines eram simplesmente deslumbrantes.

Porém, eu estava cansada e ainda engasgada com o documentário do Win Wenders sobre a Pina Bausch que havia assistido antes, em 3D.

A cópia que eu assisti é narrada em alemão, os depoimentos dos bailarinos são em seus idiomas de origem e as legendas em francês. E eu, uma ignorante em idiomas, entendi tudo! Não é incrível?

Como diz a Pina, em minha versão: "onde a palavra falta, a dança começa!".

Aí, já viu né? Começo a engasgar de novo, estou querendo chorar. Vou parando de escrever por aqui. Quem assistir vai me entender.

Abaixo uma minúscula amostra do que viví, noh...


Tal coreografia "Sagração da Primavera", inicia o filme...

Em tempo: ando escrevendo meu posts na maior correria e naquele tempinho que sobra entre as loucuras de viagem. Então, não tem jeito vocês verão muitos erros e escritas telegráficas...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Finalmente Paris: boeuf bourguignon

Que dificuldade que eu tive de chegar em Paris!!! Putz, 24 hs de viagem, congestionamento na saída do Charles de Gaulle, hotel em Bagnolet ( no entorno da cidade) e tudo arrastado pelo  tal processo de desfusar. Mal humor e mal estar geral e generalizado, daqui e dali. E aquela ânsia de estar de corpo e alma em Paris, cuja imagem amada, não se mostrava.

Mas tudo passa, tudo fica bem. Depois de dois dias, consegui me encontrar com a terra. E começando muito bem, por Montmartre. Mas esta é uma outra história.

Me enganei um pouco na cronologia do relato, posto que me encontrei antes de estar em Montmartre, com França, logo no primeiro dia. Mesmo sem ver a tal Paris eu bebi e comi na sua fonte. O pai do meu neto nos ofereceu uma agradável noite de delícias francesas. Daquelas que só se comem em Paris, ou por perto dela: vinhos deliciosos, pães crocantes com a manteiga temperada com flor de sal, escargots com pesto, salaminho bem curado, queijos deliciosos e um maravilhoso Boeuf Bourguignon.

O Boeuf Bourguignon é um clássico da culinária francesa, típico da região da Borgonha e ótimo para os dias frios. Trata-se de uma preparação velha conhecida minha. Já a confeccionei de várias formas: desde de a mais simples, aproveitando as sobras de um rosbife,  até a mais complicada e chata, de acordo a receita da Júlia Child. Acreditem, tal guisado, fica bom de qualquer jeito, desde que se use os ingredientes adequados.

Fotografei todo o processo de sua confecção aqui em Paris. Mas como sou uma desorganizada, deixei no Brasil os cabos para transferir as fotos para o Blog. Então, oportunamente adiciono as mesmas, ilustrando a passo a passo desta receita, que apresento a seguir.

ADENDO: seguem fotos da preparação feita.


A carne já vem picada do supermercado para a preparação do prato.


Os maravilhosos cogumelos de Paris frescos, inteiros. Coloquei a rolha para se ter a dimensão dos taizinhos, que no caso são os pequenos (uau!), próprios para tal preparação e devem ser fatiados em lâminas.

O refogado de cebolas com toucinho defumado.



O refogado com a carne e seus sucos.

O vinho Borgonha usado para o cozimento
Aí, entra o vinho, a cenoura, o louro e as outras ervas do Bouquet Garni, tais como o tomilho e a salsa.

Trocando em miúdos brasileiros, para 10 pessoas, pico em cubos de mais ou menos 5cm de lado, 1,5 k de de chã de dentro ( aqui em Paris já vem tudo cortadinho e prontinho para o uso). Gosto de envolver os cubinhos, de leve, em farinha de trigo ( para dar uma consitência ao caldo) e os douro em um refogado de azeite, 100g de toucinho defumado frito, cebola, e alho. Adiciono, 6 cenouras descacadas, limpas e cortadas em fatias, um alho porró cortado do mesmo jeito. Quando os legumes estiverem ao dente, junto uma garrafa de vinho tinto seco ( aqui, claro, foi usado um autêntico Bourgogne), e 500ml de caldo de carne. Tempero com sal, pimenta do reino, coloco um ramo de Bouquet Garni ( enrolado de louro, tomilho, salsa, salvia e alecrim, como a foto abaixo) e deixo a carne cozinhar.


 Ao final do cozimento, adiciono 200g de cogumelos de Paris frescos, limpos e fatiados e já refogados em manteiga, alho e sal. Acerto a sal e sirvo com batatas cozidas e arroz.

É uma preparação ótima para receber e servir muitas pessoas. Ela é deliciosa, rende muito e é bem elegante.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sabores básicos : Sopa de Cebola Francesa

Neste post aqui faço considerações sobre os alimentos que considero básicos, ressaltando o sal, a cebola, o alho e a pimenta do reino, como ingredientes obvios de qualquer cozinha.

Em quase todas as preparações salgadas, assadas ou refogadas, eu começo pelo alho e pela cebola. Não uso temperos prontos de alho, sal, cebola. Prefiro usar tais ingredientes frescos e picados na hora. Assim, além delas ficarem mais saborosas, eu tenho a garantia de usar a quantidade e a qualidade que eu busco para a receita que eu quero preparar. Gosto de amassar com a faca os dentes de alho, ainda com casca. Assim eu acredito que estou fazendo o seu sabor "explodir", além de facilitar a retirada das cascas.

Nos refogados, coloco no óleo quente, a cebola até ela esquentar um pouco, depois agrego o alho picadinho. Se uso o alho antes, ele queima e amarga a minha comida. Embora seja mais caro do que os demais, eu prefiro o óleo de canola, por ele ser neutro, saudável e não alterar o sabor da comida. Às vezes uso azeite de oliva, quando eu quero que o gosto do óleo fique mais marcante, como nas comidas mediterrâneas. Manteiga, uso excepcionalmente e pouquissimo. O sal e a pimenta do reino, salpico no final do preparo. Prefiro sal marinho, ou em flor e a pimenta branca, moída na hora, pois já sei que tal procedimento faz mesmo uma grande diferença no sabor do prato, além de garantir a sua pureza.

Nos assados eu misturo todos os temperos às carnes, aves ou peixes. Já nos grelhado, uso apenas sal e pimenta do reino e somente na hora de preparar, para que o alimento não perca os seus sucos e sabores próprios. Claro que em algumas preparações grelhadas, agrego, ao final do cozimento, alguns temperinhos extras, como o suco de limão num peixe ou num lombo, por exemplo. Gosto dos grelhados meio mal passados, para sentir a textura macia e a autenticidade do seu sabor.

Uma das receitas que mais valorizam os meus ingredientes básicos é a sopa de cebola.  Este é um dos preparos, em que eu uso a manteiga. Ela é necessária para caramelizar a cebola até o ponto desejado, coisa que um óleo vegetal dificilmente faz. Eu prefiro aquela sopa tradicional francesa, com bastante caldo, bem morena cheia de finas rodelas inteiras de cebolas .

Em fogo médio, para 6 pessoas, eu derreto duas colheres de sopa de manteiga e nela, eu douro, 6 cebolas cortadas em rodelas finas, até ficarem bem morenas. Junto uma collher de sopa de farinha de trigo (para engrossar um pouco o caldo), misturo até dissolver um pouco. Acrescento 1,5 l de água, 2 cubos de caldo de frango ou de legumes e deixo ferver um pouco, misturando até engrossar. Tempero com sal, pimenta do reino e noz moscada moídas na hora.

Esta sopa é excepcional e deliciosa nos dias frios. Para dar uma incrementada, eu sirvo com torradas de pão francês salpicadas com queijo ralado. Uma alternativa, é cobrí-la com fatias de pão francês, cobertas de um queijo mais macio (mussarela, Minas, emental, etc) ralado na hora e levo ao forno até gratinar.


Devo confessar que esta é a minha entrada preferida quando estou pela França. Espero encontrá-la por aqui no meu jantar de hoje.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O feminino sobre o Rio Amazonas

Vamos combinar: para ser uma mulherzona não é necessário entender as teorias sobre o "feminino". Basta ser...

Tem algumas mulheres que se angustiam com o apelo do entendimento da sua demanda emocional e dos seus desejos difíceis de se concretizarem. Muitas acreditam que saber a explicação do anseio, pode ajudar no esquecimento, ou na solução dele. Poucas vezes isto é verdade verdadeira.

Eu já passei dessa fase. Penso que o saber das faltas e das perdas angustia sim. Mas, por outro lado, ajuda a elabora-las e a entende-las melhor. Creio que o conhecimento elaborado sozinho e por si só, não resolve a angústia gerada por tais perdas e danos. Então, o mais prático  é, depois de saber, não se preocupar tanto com isto!!! Deita na rede e deixa a solução se apresentar, calmamente.

Posso assegurar que uma mulherzinha autêntica, depois de uma certa idade, já passou por tantas, que não está nem aí sobre os enquadramentos dos seus sintomas e nem sequer se importa mais com aqueles. Às vezes, ela até os usa com um certo charme, dando uma bela volta por cima. Simplesmente sabemos que é como é,  acima de qualquer explicação e de esperança de solução, a não ser o tempo.

O maior paradoxo é que esta mulher gosta de muito, inexplicávelmente e odeia pouco, com todos os argumentos.

Sendo bem realista,me pergunto: será que uma mulher que não ama os sapatos, sobretudo os de saltão; não enche a cara de maquiagens; não passa horas pensando no melhor tempero para aquela comidinha e nem admirando um jardim; não bate pezinho, sem qualquer motivo justo; não grita, mediante a qualquer frustração, que quer morrer ( ou matar), sabe por onde passa o "ser mulher" ( originalíssima esta expressão, rs)?

Realizei que estou partindo do Brasil para me encontrar e me divertir com os meus queridos. Estou cheia de planos mega distantes do meu "eu feminino", mas grudados no meu jeito mãevozona, sem deixar de lado o meu jeitinho bem  supermulherzinha. Lembro que para mim o significado de feminino é bem diferente do de mulher.

Então, neste meu lugar de partida privilegiado, paradoxalmente, me lembro dos meus amados do Brasil, que estão aqui enraizados. Eles estão sempre presentes nos meus momentos  sentimentais, de encontros, perdas e partidas.

Vai aí um presente desses meus amores para os meus amigos, interpretando "Rio Amazonas"(de Dori Caymi), uma composição de tirar o folego. Trata-se de uma produção que eu gosto, com o sensacional Rafael Rabelo. Fantasio que eles estão aqui em casa comigo, tocando só para mim...


Meio doido este post. É um momento de muitas emoções!

domingo, 1 de maio de 2011

Novo layout X arrumação das malas: Capeletti al Brodo

Arrumando as malas para a longuinha viagem, caí em mim. Ao experimentar as roupas que eu vou levar, percebi os imensos tamanhos das coisas, tanto os das mudanças relacionadas à minha vida, quanto as das medidas do meu próprio tamanho de vestir. Putz, tudo que eu experimento, se não cabe, fica muito justo. Já me conformei. Sei que para perder peso, serão necessários muitos sacrifícios que eu não quero fazer, por enquanto. Uns eu até que faço, mas todos, nanani nani na não. Tô fora...

Sou uma desorganizada para arrumar malas. Até que tento seguir as orientações como li aqui . Mas não rola. Não é uma questão de conhecer as regras e sim de internalizá-las, adquirindo uma capacidade, a qual esta está longe do meu alcance intelectual e emocional.

Às vezes fico achando que eu tenho um certo "desvio de atenção" grave, pois não é possível que, depois de tantos anos, com tantas viagens na minha vida, eu não tenha aprendido com experiência! O fato é que nas minhas malas, no decorrer da viagem, sempre sobram e/ou faltam muitas coisas. Ao longo prazo, o resultado desse processo é que acumulei inúmeras malas, sacolas e mochilas inúteis, que fui comprando por aí para resolver as contingências das minhas faltas ( de malas) e dos meus excessos ( de bagagens).

Me pergunto se algum dia vou superar esta dificuldade, mesmo sabendo a resposta: não...

Isso posto e considerando que eu ainda não dei conta de organizar minha cabeça para montar minha mala, resolvi me desligar e partir para a mudança do Layout do meu blog, para a programação de algumas postagens para os meus dias ausente e para a verificação do meu "check list" de viagem. Continuo com mais pendências do que soluções...

Neste final de semana, surgiram muitos encontros de despedidas (até parece que eu estou indo para a China, sem qualquer perspectiva de volta!). Numa dessas despedidas fui presenteada com um Capeletti ao Brodo de frango maravilhoso.

Tal sopa, que é excepcional numa noite de inverno, é uma das preferidas da minha família de italianos. Passo a minha receita aqui, inspirada nos aprendizados dessa minha família.

Faço um caldo de frango, refogando carcaças de peitos, asas, pescoço e outras partes sobrantes de qualquer outra preparação com frango, em azeite, cebola, alho, alho porró. Tempero com sal, pimenta do reino, uma folha de louro e água.Depois de pronto e bem temperado ( se estiver sem graça é válido colocar um cubo de caldo frango na mistura), retiro os ossinhos e as peles do frango, deixando somente as carnes desfiadas, em um caldo substancioso, mas ralo.

Neste caldo fervente em fogo alto, cozinho a massa de capeletti até ficar ao denti. A massa fresca é boa, mas prefiro a massa seca, recheada com frango ou carne, uma vez que a farinha de trigo envolta na massa seca, dá uma certa engrossada no caldo.

Quando a massa está ao dente, eu acerto o sal do caldo e sirvo com salsinha picada e queijo parmesão ralado por cima. Vejam o tipão do prato que emprestei da internet, ainda sem a salsa, o queijo e o vinho.




DICA: Um vinho tinto seco acompanha muito bem esta massa. Na minha casa, costumávamos dar uma "chorada" desse vinho sobre a sopa bem quente. Fica maravilhooooso....


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