quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O ex vilão : Aioli e ovos en cocotte

Hoje a minha inspiração para este texto, foi a coluna da bunitinha da Luiza Fecarotta ( carreguei ela no colo, gente!), na Ilustrada da Folha, sobre o ovo,  (em busca dos ovos perfeitos... ). Nada a ver com o conto da Clarisse, "O ovo e a galinha" que é muito doido e bonito. Mas tudo a ver com a minha paixão por ovos, preparados em todas as suas formas e em todas as preparações doces e salgadas... Hoje me sinto uma pessoa livre para consumí-los, pois sei que esta história sobre a sua vilania, faz parte do passado. Vejam se não dá água na boca.


A minha  perseguição culinária desta semana é, certamente, o ovo. Tudo  começou com a minha avidez por um bife a "cavalo" que saborei no almoço de domingo, o qual me frustrou bastante: o bife de alcatra estava fino e bem  passado demais ( detesto) e o ovo muito frito, duro e frio ( passou, só porque é ovo). Gente, ovo frito tem os seus segredos na hora de fazer. Não pode ficar esturricado e nem, tampouco, com a clara crua. A Luiza discute na crônica dela a importtância do preparo de um bom ovo. Em primeiro lugar, a sua origem deve ser nobre, vinda de galinhas caipiras... No dia seguinte, comi panquecas preparadas para o jantar, pela Lene, minha ajudante. Ficaram ótimas, apesar da massa meio grossa, mas desmanchando na boca. O recheio era de legumes, carne e passas, muito bom...

Em seguida, resolvi experimentar o Aioli que eu trouxe da Provence, daquela leva de compras de delícias do empório da Route Napoleon (que referenciei aqui).

Devo confessar, foi uma luta realizar tais compras da França, pois eu estava acompanhada de  pessoas (6 adultos e uma criança) famintas e enjoadas ( nos dois sentidos), num carro  cheio de malas caindo por todos os lados, sem espaço para uma pulga sequer, numa autêntica farofa brasileira... Só para terem uma idéia, sob protestos, passei o restante deste roteiro ( até chegar na minha casa no Brasil), viajando com um saco de chips de batatas roxas, orgânicas e maravilhosas nas mãos, para elas não quebrarem. Ironicamente e já de volta, ao me lembrar delas, para serví-las em casa, percebi que já tinham vencido, kkkkkkk

Olhem só o que ainda sobrou de tais compritas...




A geléia de rosas, que eu comprei lá, quebrou durante a viagem. kkkkk. Resultado, fui obrigada a comprar outra ( a da foto) em Saint Remy, no hospital (hoje museu) que Van Gogh ficou. Lá estão as iris roxas maravilhosas ( estavam floridas) , que ele pintou tanto e tão divinamente...

E hoje, a Luiza vem me falar de ovos...

A minha receita de Aioli é inspirada na Patrícia Wells, que é uma autoridade na culinária francesa. Eu descasco 6 dentes de alho fresco e retiro o"embrião" verde do centro do alho ( ele dá um gosto meio amargo nesta preparação). Soco tais dentes no meu almofariz de pedra ( pode ser o socador de alho normal) com 1/2 colher de chá de sal até formar uma pasta. Aí, eu junto duas gemas de ovo ( uma,  por vez),  misturando bem até que esteja tudo muito bem incorpado. Vagarosamente, pingo a pingo, vou deixando cair, na preparação, uma xícara de chá de azeite de oliva extra verde de excelente qualidade, até atingir uma consistência de maionese. Fica ótimo em pães  e grelhados.

DICA: toda a preparação do Aioli tem de ser feita em temperatura ambiente.Ovos gelados, não rola, desanda...

Antes de chegar a Provence, passamos por Montpelier, onde meu filho experimentou os ovos "en cocotte", servidos com salada de folhas e torradas. Maravilhoso.

Eu gosto dele  assim, coloco as cocotte ( pequenas vasilhas refratárias) no fogão, em banho maria ( no forno quente também pode), com uma colher de sobremesa de manteiga. Quando a água ferver e a manteiga derreter,eu escorro o ovo inteiro ( sem casca, claro) e devolvo ao forno. No momento em que as claras começam a talhar, eu junto uma colher de sopa de creme de leite fresco em cada, tempero com sal e pimenta do reino moída  na hora.

Vejam só na imagem que emprestei da internet com várias formas de preparar tais ovos,



Com ervas, mostarda e creme de leite, com creme de leite, com caldo de pato...

Existem muitas outras maneiras de servir tal gostusura: com tomates, mangericão e queijo ralado, molho de cogumelhos, com a forma forrada de presunto cru e servida com lascas de cebola roxa, levemente refogada por cima entre outras. Trata-se de uma ótima entradinha...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...