segunda-feira, 4 de abril de 2011

O doce início: Ambrosia

Quem lê o meu blog sabe: adoro comer bem e sempre prefiro as preparações simples, caseiras e cheias de história. O mais curioso é que eu não me ligo em doces, como já comentei aqui. Doces muito doces sempre me enjoaram e invadem, com pouco prazer, o lugar das comidinhas que eu gosto tanto. Mas para quem gosta de cozinhar e de receber como eu, torna-se necessário saber preparar alguns docinhos, sobretudo considerando que o meu marido os adora. Então eu preparo as receitas das sobremesas, que fazem parte da minha vida, mudando um pouco daqui e dali, para que fiquem mais leves.

De modo que ao me casar, busquei aprender algumas sobremesas, buscadas em receitas de família. Ao mesmo tempo comecei a trabalhar no CETEC, Fundação esta que fazia parte do Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de MG. E em 1977, tal secretaria publicou um livro de receita da Dona Stella Libânio, mãe do frei Beto: Fogão de Lenha. Adquiri o mesmo, ainda na sua primeira edição.

Tal livro é um primor, estando apresentado em brochura, capa dura de couro e editado em papel pardo, lindo. Trata-se de uma publicação de receitas mineiras, que traz belas ilustrações relacionadas ao tema, todas elas tiradas do Álbum Debret, tais como: O jantar; Negras vendedoras de angu; Transporte de carne verde; Armazém de carne seca...Além disso tal edição, nos presenteia com poesias, crônicas e cartas sobre cozinha e suas gulodices, por autores como Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Autran Dourado, Códice Costa Matoso, Cecília Meireles, Antônio Lara Resende, Manuel Bandeira, Cora Coralina. Uma preciosidade!!!


E o melhor, a forma de apresentação das receitas é ótima, sobretudo para pessoas com eu, que naquela época era uma principiante, mas gostava de inventar . Este livro me acompanha desde então e virou a minha "biblia" para os assuntos culinários mineiros.

A primeira sobremesa que preparei sozinha em minha vida foi a Ambrosia, baseada em uma receita deste livro. Como eu achei a receita original da Dona Stella dulcissima, fiz umas adaptações.

Faço uma calda grossa com um copo americano de açucar e outra de água. À parte, misturo 8 gemas de ovos caipiras e junto as gemas a calda sem mexer e em fogo baixo. Quando elas começarem a talhar, dou uma mexidinha de leve e delicadamente, para separar demais as gemas talhadas. Adiciono 3 copos de leite integral e espero ferver. Essas medidas são aproximadas, pois vou experimentando até dar o ponto que eu gosto. Prefiro com mais leite do que ovos. Não uso cravo e nem casca de limão, prefiro sem. Mas pode ser usado, por quem gosta. Um pedaço de canela inteiro ( moida não, nem!!!) na hora de verter o leite fica muito bom...


Nesta imagem que emprestei da internet, a preparação carece de um pouco de leite, para o meu gosto. Mas é boa também...

Dica: As claras que sobraram, podem ser usadas para fazer uma Plavova ou um souflê. Mas aí, são outras histórias e outras receitas...

3 comentários:

  1. nossa!
    em se falando de comida, ou não:
    esse blog é, verdadeiramente, uma delícia...

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  2. Querida Iara, preciso entrar no mundo dos pães. Minha avó fazia a tal da quitanda todos os sábados preparando pâes e biscoitos maravilhosos. Já até fiz alguns, mas sou bem devagar neste campo. Então, adivinha quem pode me ajudar nisto??? Beijão

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  3. florzinha!
    uma honra poder te ajudar.
    pães e biscoitos eu amo fazer.
    pode agendar que vamos juntas botar, literalmente, as mãos na massa!

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