terça-feira, 12 de julho de 2011

Corpo frio, coração quente: Fondue de Queijo

Passei um giga frio no Bichinho, com direito a geada e tudo, no primeiro dia. Porém, ser recebida pela amiga querida, com uma ótima comidinha quente e boa, feita com todo o carinho, junto a um copo de vinho bom e acolhedor e a uma excelente conversa, superou qualquer mal estar decorrente de tal tempo e temperatura. Obrigada Rita!

Sempre corri do frio, pois o odeio. Tanto que mesmo tendo viajado tanto, jamais vi nevar. Muito porque eu pouco sabia sobre como me proteger. Tenho preguiça de calçar meias e me encher de agasalhos. Mesmo assim, hoje, mais vivida e conformada com os extremos, aceitei a condição de ter trabalho para me proteger. Também aprendi, há pouco tempo, a usar o prático, bom e quente cachecol. Prefiro exercitar a minha paciência, usando tais incômodos, do que sentir qualquer tipo de desconforto.

E claro, numa noite fria, nada como um copo de vinho, na beirada de um fogão à lenha acompanhado de uma boa conversa. Foi o que fizemos no segundo dia, depois de uma surpresa maravilhosa em Tiradentes.

Estavamos passeando pela rua direita e nos deparamos, finalmente, com a Igrejinha do Rosário aberta. As quantas vezes que estive em Tirandentes, são as mesmas tantas que eu não consegui visitar a tal igreja sempre fechada. Ou seja, nunquinha.

Aqui abro um parêntesis para falar de um paradoxo existencial. Não tenho qualquer religião, não rezo, não peço nada a qualquer entidade e nem faço qualquer tipo de promessa. Mas adoro igrejas, admiro os santos e me emociono com as orações alheias, ciente de que elas funcionam mesmo, eu sei ! Creio que são as contradições do meu amadurecimento pessoal, ocorrido numa família chefiada por um comunista, ateu, mas que possuía os valores mais cristãos que conheci. Ainda por cima, ele era filho, genro, irmão de pessoas com a prática católica acima de tudo o mais. Prática essa que foi passada e repassada para mim e que hoje está totalmente fora das minhas convicções. Mas essa é uma outra história.

Voltando para esta história, ao entrar na maravilhosa igreja escutamos o presente divino, saído dos lábios da Titane, que estava por ali passando o som com o ótimo violonista Hudson ( que também fazia lindos contra-cantos com ela), da apresentação que fariam mais tarde. Ficamos mudos, para não dizer perplexos, diante a tanta beleza daquela voz cristalina e interpretação perfeita de canções do Elomar. É vero minha gente, Titane cantado Elomar, na igreja do Rosário dos Negros, em Tiradentes. É muito mais do que o tudo que eu poderia esperar daquela noite em Tiradentes. Momento de emudecimento, de boca tremendo, de nó na garganta e de olhos úmidos. Que privilégio eu tenho, pensava, penso, lembro e engasgo!

Procurei algum vídeo de alguma canção, ou gravação de alguma interpretação da Titane de alguma música do Elomar, para postar aqui. Não encontrei.

Mas apreciar Elomar  e  seus amigos de "cantoria" num arranjo belíssimo da Cantiga do Amigo é sempre muito bom e emocionante. Essa gravação eu encontrei e posto aqui para todos os amigos de todos os amigos...


Depois de tantas emoções, com corpo frio, mas o coração quente, voltamos para casa, direto para o calor do fogão à lenha. Ali bridamos com um bom vinho, aos encontros, aos amigos, à vida. Obrigada Jef, Lu e Pi.

Não fiz os Malfattis programados para este dia (aqui). Servi fondue de queijo e uma maravilhosa massa de fettucine, presente de aniversário do Renato do La Traviata, com molho verde, cuja receita postei aqui.

Preferi usar um fondue pronto, que estava maravilhoso. Porém para quem quiser faze-lo com suas próprias mãos, segue a receita adaptada de uma que eu aprendi ainda jovem, nos idos da década de 70, quando tal preparação era uma coqueluche em BH.

Em uma vasilha de cerâmica aquecida em fogo alto, eu raspo um dente de alho em seu fundo e laterais e coloco um copo de vinho branco seco para aquecer. Quando o vinho está quente eu junto 200g de queijo gruyère, 300g de queijo estepe ou emmental, previamente ralados no ralo grosso. Se queijo estiver talhando no derretimento, ou se ficar ralo, eu junto uma colher de sopa de amido de milho dissolvido em pouco do vinho, ou para quem gosta, em um cálice de conhaque ou kisch. Se ficar grosso, junto mais vinho.

Quando cremosa, eu ralo sobre a preparação um tantico de noz moscada e sirvo, sob um fogareiro de rechaud (se eu não tenho, vou aquecendo no fogão mesmo, a medida que ela vai esfriando), com pão francês ou italiano, frescos e picados de um tamanho que cabe na boca.

Aí é aquela delícia: a gente finca o pão no garfo, o afoga naquele creme delicioso de queijo e, então, enche a boca de prazer. Huuuuum!

4 comentários:

  1. delícia de blog amiga!
    adoro passear por aqui...
    bjbj

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  2. Então querida Iara, cadê o seu blog? Tô seca nas suas receitas!

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  3. Amiga, tô de cara com o profissionalismo do blog. E tô adorando também. Mas olha que sabia que o Hudson é violonista e bandolinista. Ele toca violino? Adorei escutar o Elomar que há tempos não ouvia. Obrigada, querida. E mais sucesso para o seu, digo, o nosso blog de mulherzinha com umas medidas a mais, porém gostosas e felizes. Beijo Regina Celia

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  4. Rê corrigi, o Hudson que eu cito não é o Brasil. É outro e toca um violão maravilhoso. BJ saudade

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