terça-feira, 5 de julho de 2011

O mal feito bem feito: Malfatti de espinafre

Minhas inspirações para escrever estão próximas de zero, já há algum tempo. São muitos buracos surgidos na minha vida, sem eu escolher nenhum deles. Pensei: "bora prá Londres outra vez". Lá estaria com a minha filha e o meu neto, aproveitando aquele verão festivo e arrasando no consumo inútil e fútili.

Como teria de voltar para minha vida, em breve,, sem "tecer"nada para encher os buracos, reconsiderei. Decidi, ao invés de fugir, retornar aos meus fios tecidos e costurados ( minha máquina nova já está mofando), voltar para a minha cozinha e desapegar de tudo aquilo que me prende o calcanhar nos buracos impostos. Afinal, sempre acreditei que minha vida seria curta para realizar todos projetos artesanais e culinários que eu planejei. Isto não poderia ficar somente no imaginário e no desejo. Seria frustrante demais e abriria mais buracos.

Vai daí que, com algum esforço, fiz uma lista de checagem das ações a serem tomadas e de questões a serem resolvidas por mim.  O primeiro item: descobrir e inventar novas receitas culinárias.

Ao pensar numa massa para servir neste próximo fim semana, que passarei com amigos numa casa do Bichinho, me veio a cabeça o Malfatti. Trata-se de uma massa italiana (da Lombardia) que significa em português: "mal feito".

Sintomático, não? Dizem por aí que algum chef italiano, num mal dia, ao cozinhar uma massa recheada, ela se abriu e o recheio boiou que nem um nhoque. O resultado da massa mal feita( desprezando-se a massa em bagaços) ficou, ótimo e então, ele surgiu o Malfatti, agora,, num belo dia.

Os Malfattis, podem ser preparados com qualquer tipo de recheio, que tenha como base a ricota. E o que é ótimo, posso levar de casa a massa preparada e deixar para cozinhar por lá.


Lavo, pico e cozinho, somente com a água que ficou nele, as folhas de um molho de espinafre. Espremo bem, refogo com cebola e manteiga e deixo esfriar. No processador, ou  com a mão mesmo, misturo com 1/2 ricota fresca amassadinha, 2 ovos inteiros, 2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado, noz moscada ralada na hora, sal e pimenta do reino. Vou ajuntando um pouco de farinha de rosca ( 1/2 xícara de chá) até que vire uma massa homogênea, que dê para enrolar. Enrolo as bolinhas e deixo descansar por uma meia hora na geladeira.

Em água fervente e com sal grosso, cozinho as bolinhas como nhoque. Ou seja, se bolinha sobra até a superficie, ela está cozida. Junto as taizinhas numa panela com o molho pronto e quente e sirvo com queijo parmesão ralado. Com molho de tomates, simplinho e bem temperado, fica ótimo. Mas eu pretendo servir, como outra opção, com molho de sálvia que preparo assim: derreto 1/2 xícara (chá) de manteiga em 1/2 xícara (chá) de azeite. Acrescento uma mão de folhas de sálvia fresca, aqueço até dar uma pequena dourada( sem queimar) e acerto o sal.

Aí, ele vai ficar como o da imagem abaixo, aí servido com presunto de parma:



Confesso, que eu adoro nhoque, recheios e molhos. Então tal prato é perfeito.

3 comentários:

  1. Adorei o Malfatti e essa sua saída esperta pros buracos impostos. Abraço apertado!

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  2. pois é Valéria, que jeito... bjs

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  3. adorei tbm, a receita e o post! acho que vou fazer um malfatti aqui amanha e te conto se ficou mal ou biene, cacauzinha!

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