domingo, 4 de março de 2012

Caça e pesca: ceviche de polvo

Posso dizer que já provei de tudo quanto é tipo/espécie/raça de carne: baleia, jacaré, tatu, rã,coelho, paca, capivara, javali, veado, tartaruga, cavalo, avestruz, codorna, dentre muitas outras. Nos racionamentos de carne bovina, que eram comuns na época da minha infância, comprávamos várias dessa carnes (baleia e jacaré, por exemplo), nos açougues convencionais. Por sua vez, meu pai e seus amigos, além de realizarem homéricas  e produtivas pescarias, adoravam inventar preparos com carnes de caça, conseguidas por lá, por aqui e por acolá. A produção em torno do preparo dessas coisas exóticas era sempre festiva e deliciosa, independentemente de qualquer sabor esdrúxulo dos preparos orientais.l.

Ressalto que  além desse  esquema, giga doméstico, ir ao Restaurante Tavares, o qual antigamente era especializado em carnes de caça, a fim de comer alguma carne exótica, era um programão. Saliento que muitas dessas carnes eram adquiridas em uma época em que a lei de crimes ambientais ainda não tinha seus pais vivos. Hoje, a caça de qualquer animal silvestre é proibida e confesso, mesmo que não fosse não teria disposição para experimentar qualquer uma delas.

É assim que por aflição e piedade não como, por exemplo, o coelho e a rã. ( ambos deliciosos, em termos gastronômicos). Por guardar algum respeito pelos animais de criação, fujo do leitão de leite,  do vitelo e do fois gras ( que eu adoro) e não como carne bovina vinda Pará, cuja produção é a grande responsável pelo desmatamento e das queimadas do Bioma Amazônico.

Podem me achar uma utópica. Mas comigo, é assim!

Neste último sábado, preparei algumas delícias vindas do mar, que me trazem mínimas penas. Afinal, como diz outro: devemos comer aquile que conseguimos matar. Adoro pescar, muito embora não dou mais conta de deixar um peixe morrer sufocado em minhas mãos e, assim, quase sempre devolvo o bichinho para a água. Mas matar um frango, um porco ou um boi, nem pensar! Lagostas vivas direto na água fervente para fazer algum preparo, também não dá. Sempre que uso tal técnica para cozinhar lagostasoir, deixo ela no congelador por uma pouco tempo

Vai daí que fiz um bobó de camarão e um ceviche de polvo, o qual me trouxe alguma aflição. Estranho aqueles tentáculos imensos dentro de uma panela de água fervente. Ficou delicioso.

Eu dou 3 "caldos" em água fervente ( com louro, um pouco de sal, cebola, inteira, folha de salsão e pedaços de cenoura) 500g de tentaculos de polvo. Na terceira vez eu deixo o tal cozinhar por 15 minutos. Muito cuidado, pois, assim como o camarão e lula, se o polvo passar do ponto de cozimento, vira borracha. Retiro da água e pico em pedaços pequenos. Junto uma cebola picadinha, descansada em água gelada por 15 minutos, 2 dentes de alho amassados, casca e o suco de 2 limões, 2 pimentas dedo de moça sem sementes picadinhas, meio pimentão vermelho e meio amarelo picados sem sementes,sal, pimenta do reino, salsa, cebolinha e um pouquinho de coentro picadinhos. Depois de uns 20 minutos na geladeira para pegar sabor, está pronto.

Servi tal delícia sobre barquinhas das folhas de endívias.



Conforme prometido, mostro abaixo um dos meus arranjos florais da semana. E sem folhagens. Optei pela simplicidade das rosas e dos lisiantos brancos.








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