Improvisando com amor: calda de frutas vermelhas

Neste ultimo domingo decidi receber amigos para um almoço. Me deu uma saudade daqueles que ficaram por aqui enquanto eu me esbaldava na praia, saudades da minha cozinha, do meu fogão, da minha casa cheia, enfim. Afora que ainda tenho muitos frutos do mar, trazidos de Itacaré, que não se cansam de me apontar aquele dedo indicador, vindo do congelador, que em mímica me dizem : venha Cláudia, venha, me pegue, me use!

Fui meio louca nesta empreitada. Eu estava sem a minha ajudante, ainda descansando das minhas férias (as férias na Bahia, abusam de mim), inserida num projeto de emagrecer e de voltar a realizar uma parte da lembrança do meu corpinho de sereia. Nós sabemos que tal realização é estressante, uma vez que se trata de um indefectível, enlevado e impossível desejo, que as mulheres da minha idade ainda ousam ter. Mas eu ainda tenho. Acredito que projetos e, sobretudo, ousadia, é o que fazem a vida seguir em frente.

No final das contas, para o meu almoço vieram mais de 10 convidados queridos, que me propiciaram um encontro saboroso, em todos os sentidos . Eu já sabia e então, "voi la"!

De véspera, coloquei para dessalgar um peixe caseiro seco, presenteado pelo marido baiano da minha sobrinha, o qual preparei à moda da Mia.  Achei que era insuficiente e descongelei 500g de aratú para preparar uma casquinha. Achei pouco e descongelei um chester para preparar tal e qual o meu peru incrementado. E ainda, da borra de sumos e temperos, que deliciosamente se destacava na travessa de assadura do chester, preparei uma farofinha de banana. Pode parecer um cardápio meio mal combinado. Mas não importa. Isto faz parte da minha mineirice italiana... e baiana???

Tudo preparado e, claro, me esqueci da sobremesa e do refri. É o tal negócio gente, eu não tenho ligações amorosas com esses docinhos. Então me esqueço deles, quase sempre. Mas a minha família e os amigos têm tais ligações. Vai daí que corri para o supermercado mais próximo e em dois tempos comprei suquinhos prontos, refri e umas frutinhas vermelhas, para acompanhar o sorvete de baunilha que  eu já tinha em casa.

Com as tais frutinhas, reduzidas a morangos e amoras (não tinha mais nada disponível para comprar) preparei uma calda giga banal, mas deliciosa.

Pausa para o "vamos combinar": A regra que mais funciona na culinária é  "o menos é mais". Aquela improvisação simplinha preparada com cuidado e amor seeeeempre fica mais deliciosa, mais diferente e se destaca, do que todas as demais.

Para tal calda, considerando um pote de sorvete, eu usei uma caixa de morangos picados em 4 partes e duas de amoras, bem lavadas. Claro que se eu encontrasse framboesas e mirtilos, elas estariam na minha mistura. Cobri tudo com 2 xícaras de açucar cristal e deixei na geladeira, por 2 horas, pelo menos, coberto com papel filme.

 Aí, fica assim:

Então, minha gente, é só servir o sorvete e rega-lo com tal delícia. Para quem quiser sofisticar, pode ser usado um tantico de vinagre balsâmico, que confere mais acidez. Mas eu prefiro assim: simplinho...