segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Tentando voltar: Gnocchi Alla Romana

Muitos amigos tem manifestado sentir falta da minha escrita, cuja capacidade de fazê-la nem sei bem de onde surgiu. Dois meses sem escrever por excesso de melancolia; dez meses de dor doida, de falta, de ausência e de pura saudade insolúvel.

A dor da perda dos pais se transforma em saudade. A dor sem nome da perda de uma filha não se transforma em nada. A gente apenas busca se acostumar com ela e seguir vivendo, mesmo querendo morrer de tanto que dói. Por vezes me lembro dos últimos dias de vida do meu pai, que internado devido a uma infecção numa cirurgia do fêmur me dizia:" Dói demais, é melhor morrer". Ele morreu poucos dias depois.

A dor e a tristeza alheia, quando demais, cansa. Melhor não compartilhá-la com ninguém. Melhor conviver com todos só se for para mudar de assunto. Vai daí que parei de escrever sobre ela e a todos que me perguntam se eu estou bem, eu respondo: sim, mesmo querendo não vivenciar por nenhum segundo mais esta dor tão doída. Daqui prá frente é assim: estar bem é estar com saúde, é prosseguir vivendo, buscando nas atitudes dos amados a beleza e os motivos para prosseguir.

Tanta coisa boa aconteceu nestes últimos dias! Alguma justiça foi feita, meu neto espetacular esteve em meus braços, meu trabalho vai seguindo com algum sucesso, a culinária vem aos pouco voltando para minha vida, estou obtendo uma apropriação satisfatória do meu novo espaço, os filhos vão se dando bem na vida... Mas,  nenhuma delas me trouxe a inspiração necessária para voltar a escrever.

Hoje, ao assistir um belíssimo curta metragem com o Manuel Bandeira "O Poeta do Castelo"de Joaquim Pedro de Andrade, realizado em 1959, que compartilho abaixo, um pouquinho de inspiração apareceu.


Participar do Encontro Saboroso, no último sábado, com amigas e amigos tão queridos, ela aflorou ainda mais. Ali encontrei alguma alegria e dei boas risadas. A anfitriã do dia nos recebeu com delícias primorosas. Destaco aqui a entrada "Gnocchi Alla Romana", simples de fazer e muito saborosa.

Ela põe para ferver um litro de leite integral. Junta aos poucos, uma xícara e meia de farinha de sêmola aos poucos e vai misturando devagar, como se fosse um pirão. Ao engrossar, desliga o fogo e mistura à massa, dois ovos, 4 colheres de sopa de azeite extra virgem( ou duas de manteiga), uma xícara de um bom queijo parmesão ralado. Acerta o sal. Para quem gosta, um tantico de noz moscada ralada vai bem. Dispõe a massa uniformemente em tabuleiro para esfriar. Com um aro cortador ou a borda de um copo, corta a massa em discos, e os leva em um tabuleiro,  untado ao forno alto ( 220graus) por 15 minutos ou até dourar um pouco. Um folhinha da salvia enfeitando os gnocchis e um salpico de queijo parmesão ralado,  antes do forno, vão bem.

Aí, é só servir com o molho de preferência. A cara amiga serviu com um pomodoro super espesso e bem temperado com mangericão e um fio de molho de anchovas. Vejam só abaixo, na foto que eu tirei, que delícia!


2 comentários:

  1. Minha querida amiga,

    Obrigado pelo filme - uma imagem e narrativa incríveis da vida casi monástica desse grande poeta. Grato também pela receita do nhoque a la romana! Vou experimentar depois!! nham nham
    Precisamos nos reencontrar pra fazer umas comidinhas bem gostosas e feitas com amor, cantar um pouco e curtir o estarmos vivos aqui e com amigos para compartilhar! bjs pra vc e pra família! Leri

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    Respostas
    1. Oi Leri, que tal fazermos este nhoque juntos. Ou mesmo o tradicional, minha massa preferida.Vamos combinar. Saudades e obrigada por este reencontro. bj

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