terça-feira, 21 de agosto de 2012

Final de férias: peixe assado na manteiga

Mais um fim de semana maravilhoso com os meus. Emprestei da minha irmã o loft no Retiro e fui para lá com toda a minha família dó ré mi. Quis aproveitar ao máximo as presenças daqueles que começam a partir em breve: um indo trabalhar fora, outros retornando às suas vidas de além mar.

Sábado à noite num friozinho sob medida, ouvindo músicas perfeitas, curtimos um vinho bom, pusemos as cartas na mesa, e saboreamos um fondue suíço delicioso. Domingo, na casa da irmã, aconteceu, num almoço caprichado, um verdadeiro festival de lagostas, que preparamos grelhadas com  duas opções molho : termidor e manteiga,alho e alcaparras. Um verdadeiro escândalo.

Por falta de hábito e tradição, eu fico giga ansiosa ao preparar frutos do mar. Cresci num lar de comidinhas bem caseiras e de paneladas muito mineiras. Obvio que convivi com a feitura do bom bacalhau  e com as peixadas bem temperadas do meu pai. Essas eram preparadas com os pescados trazidos por ele, fruto de suas gloriosas pescarias. Confesso que nunca apreciei muito os peixes de água doce que ele trazia do Paraopeba ou de Três Marias. Sempre os achei engordurados e enjoativos.  A única exceção faço para o quase extinto dourado da bacia do Rio São Francisco, que eu adorava, sobretudo assado. Mas, prefiro mesmo os peixes de mar, bem magros.

Não tenho qualquer memória de infância ou de juventude de uma cozinha repleta de camarões, lagostas, caranguejos ou mexilhões. Vai daí que ao me deparar com os tais, eu gelo, sobretudo se estiver numa cozinha que não é a minha, como foi o caso do domingo lagostal. Porém, eu me esforço, usando a tal técnica de falar a mim mesma: calma, Cláudia, muita calma nesta hora. Tem dado muito certo.

Sobre o dourado, me lembrei de uma receita do saudoso Marcelão, pai da minha comadre e um grande amigo nosso, que merece ser recuperada.

Ele usava um dourado inteiro, sem as escamas e nem as vísceras, temperado com sal e pimenta do reino.  Empapava o interior do peixe com meio tablete de manteiga. Cobria o pescado com resto da manteiga e levava ao forno alto por uns 30 minutos, ou no tempo dele dourar. Não existia ainda os laminados para cobri-lo, que temos hoje, então ele ficava assando nú. No finalzinho do cozimento ele jogava ali no tabuleiro, sobre aquela manteiga borbulhante, uma farofinha bem básica. E só. E delícia. abaixo compartilho uma imagem parecida com o tal preparo, que achei na net. Faltou a farofa.
Aprendi muitas delícias com o Marcelão, inclusive as que ele preparava em seu restaurante na Serra. Essas eu ainda não compartilhei aqui, Mas há tempo. Me aguardem.

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