Creio que as coincidências que acreditamos existir aparecem para darmos conta das nossas sobrevivências em tais momentos difíceis. São elas que nos trazem alguma explicação e conforto.
Hoje, eu por aqui penando com a saudade por Mamãe, me deparo com um belo poema do Drummond, postado por uma amiga no FB, junto a imagem da Pieta. Ela compartilhou uma postagem anterior a minha perda. Quero crer que trata-se de uma coincidência perfeita eu ler isto, justo hoje e bem agora.
O poema é lindo e sei que trará conforto a muitos, que, como eu, já perderam as suas mães queridas. Vejam só:
Para sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
O poema é lindo e sei que trará conforto a muitos, que, como eu, já perderam as suas mães queridas. Vejam só:
Para sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
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