Ninguém merece!!!
Sete da noite, de uma sexta feira, véspera de feriadão... Eu escolho ficar em casa... A chata da grua, minha vizinha, resolve funcionar à toda. Ah neim!
Ela se apresenta alta e exuberante, num rebolado de vai e vem, que eu num guento. Traz uma caçamba cheia de concreto, para encher os tubulões do prédio numa construção grudada na minha casa e volta com ela vazia. Fica para lá e para cá, fazendo um barulho infernal. Afora que o contrapeso da talzinha fica bem em cima da minha piscina, me ansiando. Vejam só a vista que eu tenho da minha piscina, atualmente. Ai, ai! Eu e a grua.
Aí, fiquei aqui pensando nas tais coisas que se impõem na nossa vida, cotidianamente, sem qualquer escolha nossa e sem chance de conserto. Vamos combinar são elas, essas coisas que nos parecem comunzebas, que nos roubam, dia a dia, a nossa vitalidade, tal e qual essa grua, invadindo a minha visão e os meus ouvidos.
Buscando desistir de me preocupar com o "Eu e a Grua", eu escolhi pensar na brisa.
"Eu e a Brisa", do grande Johnny Alf, é uma das minhas canções preferidas, desde sempre. Sei canta-la de cor e salteado, de frente para traz, sobretudo quando estou no banho, buscando me reencontrar com a minha voz. Tim, Gil, Caetano, Maísa, Agostinho, dentre várias outras belas vozes, cantam-a lindamente. Mas a interpretação da Márcia, a primeira que eu escutei e que me emocionou, é a minha predileta. Eu jamais me esqueci e nunca me esquecerei desse encontro.
Funcionou a estratégia, a grua parou de funcionar. A brisa chegou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário