Ela queria muito um relógio bom, bonito e legal. Eu me abri para o que desse e viesse. E ela me acolheu como se eu é que estivesse a presentea-la. Mal sabia ela que era ela que me acolhia. Após idas e vindas na relojoaria, ela escolheu o mais lindo de todos os relógios oferecidos, aquele que era a cara dela e do qual ela nunca mais se separaria, até morrer. Saímos da loja orgulhosas com a escolha precisa. Presente dado, presente recebido, só sorriso entre nós duas. Dali, saimos para escolher um presente para a minha nora amada e achamos. Cafezinho, despedida do lugar e tomada de novo rumo.
Chovia muito nesta tarde e eu ainda queria estar com a minha mãe moribunda. Ela, sorridente, foi comigo e antes de tudo, me levou para mais um café, buscando me preparar para a visita horrível a uma mãe que se vai. E ela me confortou. Ficamos ali, nós duas, vendo a chuva e conversando sobre banalidades. Ela estava fazendo 32 anos, eu feliz e orgulhosa com isto, mas convivendo com fatalidade de perder minha mãe, como a perdi, um mes depois. E ela, minha filha, ali comigo, de mãos dadas, entendendo tudo e me confortando.
Neste dia de aniversário, ela corajosamente encontrou-se com a sua avó, deu um beijo nela, rapidamente, num triz choroso. E saiu correndo do CTI. Me esperou fora do hospital. Daí, lentamente voltamos para o nosso lar, buscando superar isto. Nos reencontramos na nossa casa, num dia muito importante para nós duas. Dia de comemoração do primeiro em que eu a vi, ou melhor, nos vimos. Dia em que pela primeira vez ela mamou em mim.
Para comemorar os 32 anos da minha mais velha e no aconchego do nosso encontro adulto, fizemos, naquele dia, uma boa massa, tomamos um bom vinho, compartilhados com nossos amores e agradecemos por estarmos juntas.
Eu não imaginava que seria somente por menos de mais um ano. Cecília...
Ai que dor e que força, Cláudia. Esta saudade não acaba nunca. Só aprendemos a conviver ternamente com ela. A dor, a dor vai estancando, demora, mas vai se transformando, apesar de miudamente continuar... Só a gente lá dentro sabe. Como você falou, temos os outros filhos pra criar... e temos que nos desapegar para que o nosso filho/filha que se foi não fique sofrendo e possa se libertar... Bjo querida.
ResponderExcluirLindo Claudia.
ResponderExcluirum beijo grande,
Camila
Que lindo! Que dor! Que saudade!
ResponderExcluir...e a certeza de que um dia vcs vão se reencontrar.....e que até lá ela cuidará de todos vcs!!!!!!!
Cláudia,
ResponderExcluirLindas as suas palavras...
Lendo também os comentários postados no seu blog é possível perceber e sentir todo o amor que surge e é direcionado à vocês. Acho que todo esse sentimento pode ajudar a diminuir um pouco a dor e a saudade, ou amenizá-la.
Temos pensado muito em vocês e desejado, do fundo dos nossos corações, que tenham tranquilidade e conforto. Li esses dias uma frase de Guimarães Rosa e me lembrei de você, aproveito a oportunidade para enviá-la:
"Deus nos dá pessoas e coisas,
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas
para ver se já somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer"
(Guimarães Rosa)
Talvez, em breve, você retome a sua vontade de cuidar de seu jardim (no sentido literal ou não..) e isso pode fazer bem...
Sinta-se abraçada, com muito carinho e amor,
Cacau, Leo e Laura
ô Cacau que palavras bonitas boas de ler, as suas. Obrigada e abraços para vc, Leo e Laura.
ResponderExcluirBeijinhos carinhosos para vocês todos Claudia. Mesmo de longe os amigos sempre estao pertinho.
ResponderExcluirCourage!!!!
Beijins
Solange
Beijão carinhoso pra vocês, desejando força e coragem, sempre.
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