sexta-feira, 8 de março de 2013

Para todas a mulherzinhas

Me perguntava sempre: "Como é que uma mulher tão séria e responsável como eu pode ter este lado tão fútil, este lado tão mulherzinha". Hoje eu sei que ele representa a minha intimidade exclusiva. Como eu me cansava muito em doar minha mulherice para tantos e por tantos anos, eu deveria sim ter um lado só meu. Nós mulheres somos tão guerreiras, tão dedicadas a tudo, tão intensas e sensíveis, que temos sim de cultivar o nosso lado mulherzinha.

Dentro deste contexto compartilho com todas a mulherzinhas como eu, mais um belo trecho daquele livro e "Todas as Mulheres do Mundo" de e com Rita Lee

"Ele disse que ela havia de se por bonita para o pescador. Sorriram. Ele começou a penteá-la e a formar-lhe o cabelo para que tivesse um desenho qualquer. Sorriram. Desencantaram uns batons e outras humidades e mais pós de pintar a cara e foram sublinhando a Isaura aqui e acolá, como se marcassem o que se via de importante, como se propusessem uma leitura repetida de algo que não era feito de palavras mas que comparecia no rosto dela igual a página de uma história escrita. A Isaura nunca se imaginara com os olhos bordejados de azul claro, um azul  que escondia as olheiras tristes das noites de espera. Nunca pensara que a beleza pudesse estar simplesmente preguiçosa à sua mercê. à mercê de um maior empenho..." (Walter Hugo Mãe em O Filho de Mil Homens)

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