Enfim, verão e de volta ao mar da Bahia. Uma amiga escreveu mais ou menos assim: "na beira do mar a vida cresce. Sinto que minha vida é aqui." Era assim comigo, na beira do mar: a minha vida crescia, meu coração apaziguava, o cheiro leve do iodo me enchia o peito.
Hoje, a minha vivência adquiriu uma pequenez tão imensa, que custo a me identificar com a grandeza do mar. Mas ele continua sendo o lugar que me torna um pouco melhor e mais leve, mesmo sendo uma pessoa muito menor do que eu era antes.
O retorno ao mar, ainda que repleto de recordações da última vez, em que a família era completa, vem tomando conta de mim bem devagar. Ainda sinto medo de colocar os pés na areia, enfrentar as ondas mínimas, provar na barraca de praia o delicioso camarão frito, regado a caipi de pitanga. Isso tudo é revivido mais sob a ausência dela do que como atos de prazer como era outrora. Mas ainda assim é bom encontra-la no meu olhar, quando contemplo o horizonte ovalado do mar.
Compartilho aqui uma interpretação de um dos meus baianos preferidos de uma das minhas canções preferidas. Parece que não tem a ver com o contexto. Mas tem..